CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Marwan Barghouti não tem ilusões nas "negociações" e apela ao boicote de Israel




Marwan Barghouti: "Cortem todas as ligações com Israel!"

Desde a sua célula de uma prisão israelense, uma das figuras mais respeitadas da política palestina chamou no dia 26 a uma nova vaga de resistência civil na sua luta de há décadas pela independência.

“O lançamento de uma vasta resistência popular hoje serve a causa do nosso povo”, declarou Barghouti num comunicado que marcou o 10º ano da sua encarceração por Israel. “Parem de vender a ilusão de que existe uma possibilidade de pôr fim à ocupação e de construir um Estado por meio de negociações, depois de esta visão ter lamentavelmente fracassado”, disse ele numa mensagem lida perante uma multidão de apoiantes seus na cidade de Ramallah na Cisjordânia.

Apesar das suas múltiplas condenações a prisão perpétua, sob a acusação de ter organizado ataques mortíferos e atentados suicidas, Barghouti é considerado como um sucessor potencial do ex-presidente Mahmoud Abbas, que é também o chefe da Fatah. A sua liderança e o seu carisma foram considerados como uma força motriz na última Intifada contra a ocupação israelense, lançada no final de 2000.

As suas opiniões continuam a ter um impacto profundo na opinião pública palestina e ele goza de um vasto apoio entre todas as organizações palestinas. Muitas pessoas consideram que Israel poderá, em algum momento, decidir libertar Barghouti.

O apelo à ação intervém num período muito explosivo na Cisjordânia ocupada por Israel desde a guerra de 1967 : o marasmo económico, uma diplomacia desfeita e o descontentamento popular claramente perceptível não auguram nada de bom para mobilizações pacíficas.

[…] As greves da fome de presos palestinos detidos em Israel também são um sinal da ira popular.

Na sua alocução, Barghouti apelou a que “se pare imediatamente todas as formas de coordenação securitárias e económicas (com Israel) em todos os domínios”, coordenações que duram entre Israel e a Autoridade Palestiniana [de Ramallah], com altos e baixos, desde há anos.

A direção palestina da Cisjordânia, ao mesmo tempo que dá um apoio verbal às manifestações e que procura o reconhecimento em vários órgãos das Nações Unidas, tudo fez até agora para evitar um confronto político [com o ocupante israelense].

Depois de o governo de Abbas ter conseguido uma pequena vitória ao persuadir o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra a investigar a política de colonização de Israel, Barghouti defendeu medidas mais draconianas.

Também apelou a uma « renovação dos esforços » para se chegar ao reconhecimento de um Estado palestino no Conselho de Segurança, uma iniciativa que fracassou no ano passado, quando Washington apoiou a posição israelense, rejeitando a resolução como um meio de contornar as negociações.

Barghouti declarou que os palestinos deveriam em alternativa, submeter a sua reivindicação de um Estado à Assembleia Geral ou perante outros organismos, aludindo a fóruns nos quais os palestinos dispõem de um apoio maior.

(do original em http://www.maannews.net/eng/ViewDet ).

Sem comentários:

Etiquetas

Arquivo