Líder palestiniano preso lança apelo à resistência contra a ocupação
inRTP 12 Out, 2015, 16:15 / atualizado em 12 Out, 2015, 16:15 | Mundo
Marwan Barghouti, condenado a quatro penas de prisão perpétua, e conhecido como o "Mandela palestiniano", fez publicar o seu primeiro texto desde há treze anos, quando foi detido. Enaltece a luta da juventude palestiniana e apela à comunidade internacional para pôr fim à ocupação israelita.
O texto de Barghouti foi ontem publicado no diário britânico The Guardian e dirige-se à comunidade internacional afirmando que o novo surto de violência na Palestina só poderá ser estancado se e quando forem extirpadas as suas raízes. E essas, sustenta Barghouti, são em primeiro lugar constituídas pela "negação da liberdade palestiniana".
No final desta semana deverão reunir-se os representantes do chamado "Quarteto" - ONU, EUA, União Europeia e Rússia - para discutirem precisamente o agravamento das tensões e a escalada no número de mortes diárias na Palestina.
Segundo Bargouthi, "esta nova geração palestiniana (...) não esperou instruções para exercer o seu direito, e o seu dever, de resistir à ocupação. Está a fazê-lo sem armas, confrontando-se com uma das principais potências militares do mundo".
O líder preso é considerado um provável sucessor de Mahmud Abbas na presidência palestiniana, e aquele com perspectivas para reunir à sua volta maior apoio eleitoral, logo que o actual presidente deixe o cargo.
Barghouti apela à sensatez da comunidade internacional, sublinhando que as constantes provocações israelitas, para limitar o acesso dos muçulmanos ao Monte do Templo, lançam lenha na fogueira de uma região convulsionada e podem converter um problema político solúvel num conflito religioso crónico.
Segundo o texto publicado no Guardian, "o colonialismo avança diariamente, o cerco aonosso povo em Gaza continua, a opressão e a humilhação persistem".
E prossegue, mais adiante: "O verdadeiro problema é que Israel escolheu a ocupação em detrimento da paz e usou as negociações como cortina de fumo para promover o seu projecto colonial. Todos os governos do mundo conhecem este simples facto e no entanto tantos deles fingem acreditar que um regresso às receitas falhadas do passado nos permitiria alcançar a liberdade e a paz".
Barghotui lembra a "paciência" que têm tido os palestinianos e acrescenta: "Será útil lembrar ao mundo que a nossa expropriação, exílio forçado e transferência já duram há 70 anos (...) Então, na ausência de acção internacional para acabar com a ocupação e impunidade israelitas, ou mesmo para garantir protecção, o que é que nos pedem para fazer? Ficarmos parados, à espera que a próxima família palestiniana seja queimada, que a próxima criança palestiniana seja presa ou morta, que o próximo colonato seja construído?"
Sem se deter perante a memória do Nobel da Paz Isaac Rabin, que no entanto não menciona pelo nome, o líder palestiniano lembra que este lançou durante a Primeira Intifada a palavra de ordem "quebrar-lhes os ossos, para quebrar-lhes a vontade". Datam desse tempo as imagens de vídeo de soldados israelitas a estropiarem um preso palestiniano, partindo-lhe os ossos com calhaus.
Contudo, apressa-se Barghotui a acrescentar, "geração após geração, o povo palestiniano provou que a sua vontade é inquebrável e que não precisa de ser posta à prova".
Completando agora 20 anos de prisão, dos quais 13 com as sentenças perpétuas de um tribunal que não reconheceu como legítimo, Barghouti vai-se aproximando dos 27 anos de prisão que sofreu Nelson Mandela antes de triunfar sobre o apartheid sul-africano. O artigo agora publicado no Guardian recorda que ele continua a ser um factor político com quem será preciso contar no futuro.
No final desta semana deverão reunir-se os representantes do chamado "Quarteto" - ONU, EUA, União Europeia e Rússia - para discutirem precisamente o agravamento das tensões e a escalada no número de mortes diárias na Palestina.
Segundo Bargouthi, "esta nova geração palestiniana (...) não esperou instruções para exercer o seu direito, e o seu dever, de resistir à ocupação. Está a fazê-lo sem armas, confrontando-se com uma das principais potências militares do mundo".
O líder preso é considerado um provável sucessor de Mahmud Abbas na presidência palestiniana, e aquele com perspectivas para reunir à sua volta maior apoio eleitoral, logo que o actual presidente deixe o cargo.
Barghouti apela à sensatez da comunidade internacional, sublinhando que as constantes provocações israelitas, para limitar o acesso dos muçulmanos ao Monte do Templo, lançam lenha na fogueira de uma região convulsionada e podem converter um problema político solúvel num conflito religioso crónico.
Segundo o texto publicado no Guardian, "o colonialismo avança diariamente, o cerco aonosso povo em Gaza continua, a opressão e a humilhação persistem".
E prossegue, mais adiante: "O verdadeiro problema é que Israel escolheu a ocupação em detrimento da paz e usou as negociações como cortina de fumo para promover o seu projecto colonial. Todos os governos do mundo conhecem este simples facto e no entanto tantos deles fingem acreditar que um regresso às receitas falhadas do passado nos permitiria alcançar a liberdade e a paz".
Barghotui lembra a "paciência" que têm tido os palestinianos e acrescenta: "Será útil lembrar ao mundo que a nossa expropriação, exílio forçado e transferência já duram há 70 anos (...) Então, na ausência de acção internacional para acabar com a ocupação e impunidade israelitas, ou mesmo para garantir protecção, o que é que nos pedem para fazer? Ficarmos parados, à espera que a próxima família palestiniana seja queimada, que a próxima criança palestiniana seja presa ou morta, que o próximo colonato seja construído?"
Sem se deter perante a memória do Nobel da Paz Isaac Rabin, que no entanto não menciona pelo nome, o líder palestiniano lembra que este lançou durante a Primeira Intifada a palavra de ordem "quebrar-lhes os ossos, para quebrar-lhes a vontade". Datam desse tempo as imagens de vídeo de soldados israelitas a estropiarem um preso palestiniano, partindo-lhe os ossos com calhaus.
Contudo, apressa-se Barghotui a acrescentar, "geração após geração, o povo palestiniano provou que a sua vontade é inquebrável e que não precisa de ser posta à prova".
Completando agora 20 anos de prisão, dos quais 13 com as sentenças perpétuas de um tribunal que não reconheceu como legítimo, Barghouti vai-se aproximando dos 27 anos de prisão que sofreu Nelson Mandela antes de triunfar sobre o apartheid sul-africano. O artigo agora publicado no Guardian recorda que ele continua a ser um factor político com quem será preciso contar no futuro.
----------------------------------------------------------
Comité de Solidariedade com a Palestina
palestinavence.blogs.sapo.PT
Sem comentários:
Enviar um comentário