O CMA-J , tal como outras associações subscreve o Manifesto seguinte
Assistimos a um prolongado conflito na Síria, que tendo
aparentemente surgido a partir de manifestações de insatisfação
social, rapidamente foi apropriado por organizações subversivas
armadas, com conexões e apoios em países e organizações
estrangeiras, cuja violência evoluiu para uma guerra em larga
escala, que conta já milhares de mortos e dois milhões de
deslocados que sobrevivem em condições de grande carência e
incerteza. A evolução desta crise trágica assenta em objetivos
sombrios das potências ocidentais, lideradas pelos EUA, e pelas
monarquias do Golfo Pérsico. A diversidade de objetivos ocidentais
e regionais tem conjunturalmente confluído para uma aliança e
partilha de meios e tarefas contra a soberania e a integridade da
Síria.
A Síria é um país com uma identidade longamente consolidada, um mosaico de culturas étnicas e religiosas coexistentes no quadro de um estado unitário, secular e de grande importância para a estabilidade do Médio Oriente.
A agressão insidiosamente imposta ao povo sírio tem conduzido a enormes sacrifícios da população, mas tem sido sustida pelo patriotismo e pela férrea vontade desse povo em preservar a sua unidade e soberania.
O governo dos EUA tem persistido sem descanso na ofensiva diplomática e subversiva contra o governo sírio, para tal encorajando a intromissão e o armamento de forças «rebeldes», porém com sucesso aparentemente insuficiente face aos seus objetivos imperialistas. Afrontando o direito internacional e os princípios inscritos na Carta da ONU, ameaça agora com o ataque militar direto, a pretexto da utilização não comprovada de armas químicas, pelo governo sírio e negada por este. As consequências e os desenvolvimentos ulteriores são imprevisíveis, mas potencialmente múltiplos e extensíveis a todo o Próximo e Médio Oriente, ou mais além.
Esse desígnio sinistro de ameaça de escalada de guerra tem merecido a ampla oposição dos povos, assim como a crítica cerrada e denúncia da parte de muitas autoridades nacionais (designadamente parlamentos), e reserva ou oposição da parte de instâncias internacionais. A hipotética boa-fé dos agressores vai-se diluindo e só os seus inconfessáveis interesses económicos e de domínio persistem inapagáveis.
Estes desaires sofridos pelos governos de países ocidentais que integram a NATO e que no passado recente não hesitaram em levar a guerra e a destruir países na Jugoslávia, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, no Mali, na Somália são impostos pela opinião pública mundial e concretamente nesses mesmos países, cansada de mentiras e artificiosas campanhas de preparação de nefastas guerras e desenganada pelas suas desastrosas consequências.
O povo português - que foi envolvido em alguns desses conflitos, mas que por outro lado viveu a descolonização, incluindo a luta pela independência de Timor Leste, e que partilha a solidariedade com os povos ainda em luta pela independência ou que defendem a sua soberania - encontra-se entre aqueles que afirma a sua oposição à agressão à Síria e a mais esta ameaça de escalada de guerra que agora pesa sobre o seu povo.
O povo português está do lado da paz e da soberania do povo sírio. Portugal, fiel aos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa tem de dizer não à agressão, e assumir no plano humanitário e diplomático a sua solidariedade atuante para com a Síria.
Setembro de 2013
A Síria é um país com uma identidade longamente consolidada, um mosaico de culturas étnicas e religiosas coexistentes no quadro de um estado unitário, secular e de grande importância para a estabilidade do Médio Oriente.
A agressão insidiosamente imposta ao povo sírio tem conduzido a enormes sacrifícios da população, mas tem sido sustida pelo patriotismo e pela férrea vontade desse povo em preservar a sua unidade e soberania.
O governo dos EUA tem persistido sem descanso na ofensiva diplomática e subversiva contra o governo sírio, para tal encorajando a intromissão e o armamento de forças «rebeldes», porém com sucesso aparentemente insuficiente face aos seus objetivos imperialistas. Afrontando o direito internacional e os princípios inscritos na Carta da ONU, ameaça agora com o ataque militar direto, a pretexto da utilização não comprovada de armas químicas, pelo governo sírio e negada por este. As consequências e os desenvolvimentos ulteriores são imprevisíveis, mas potencialmente múltiplos e extensíveis a todo o Próximo e Médio Oriente, ou mais além.
Esse desígnio sinistro de ameaça de escalada de guerra tem merecido a ampla oposição dos povos, assim como a crítica cerrada e denúncia da parte de muitas autoridades nacionais (designadamente parlamentos), e reserva ou oposição da parte de instâncias internacionais. A hipotética boa-fé dos agressores vai-se diluindo e só os seus inconfessáveis interesses económicos e de domínio persistem inapagáveis.
Estes desaires sofridos pelos governos de países ocidentais que integram a NATO e que no passado recente não hesitaram em levar a guerra e a destruir países na Jugoslávia, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, no Mali, na Somália são impostos pela opinião pública mundial e concretamente nesses mesmos países, cansada de mentiras e artificiosas campanhas de preparação de nefastas guerras e desenganada pelas suas desastrosas consequências.
O povo português - que foi envolvido em alguns desses conflitos, mas que por outro lado viveu a descolonização, incluindo a luta pela independência de Timor Leste, e que partilha a solidariedade com os povos ainda em luta pela independência ou que defendem a sua soberania - encontra-se entre aqueles que afirma a sua oposição à agressão à Síria e a mais esta ameaça de escalada de guerra que agora pesa sobre o seu povo.
O povo português está do lado da paz e da soberania do povo sírio. Portugal, fiel aos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa tem de dizer não à agressão, e assumir no plano humanitário e diplomático a sua solidariedade atuante para com a Síria.
Setembro de 2013
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