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Colectivo Mumia Abu-Jamal

Em Queluz, mais três jovens feridos pela polícia


O Público notícia mais um acto condenável da PSP, desta vez, em Queluz que resultou no ferimento de 3 jovens menores , trata-se do segundo inquérito só neste mês, depois do caso do jovem Ruben Marques em Setúbal ...
 
"Três jovens deram entrada na madrugada desta terça-feira no Hospital Amadora-Sintra com ferimentos de balas nas pernas e num braço, após terem sido atingidos por disparos da polícia, em resposta a uma alegada tentativa de agressão, segundo a versão da PSP.
Dois dos jovens têm 15 anos e um terceiro tem 16 anos. Dois ficaram feridos nas pernas e um foi atingido numa perna e num braço. Segundo disse à Lusa fonte hospitalar, deverão ter alta ainda nesta terça-feira.
Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP explica que recebeu, na esquadra de Queijas (Oeiras), por volta da 0h35, duas denúncias telefónicas a dar conta de distúrbios entre elementos de um grupo de 15 indivíduos, perto da Rotunda de Queluz, em Queluz de Baixo. Numa das denúncias foi referido que teriam sido efectuados disparos de arma de fogo.
Quando a polícia chegou ao local, apercebeu-se de um grupo de seis pessoas em fuga, em direcção à rotunda da Escola da GNR, e deu início à perseguição. “Nesse local, o grupo separou-se, tendo dois indivíduos atravessado a estrada nacional 17 e os restantes quatro fugido na direcção de um terreno descampado situado à direita da referida rotunda, nas traseiras do Palácio de Queluz”, descreve a PSP no comunicado.
A polícia garante que “foram emitidas ordens [de paragem] aos suspeitos” e que foram efectuados dois disparos de shot gun “para o ar, com recurso a munições menos letais”, ou seja, bagos de borracha.
No entanto, acrescenta a nota, “um dos agentes que perseguiu o grupo mais numeroso terá sido surpreendido pelos mesmos, recorrendo à sua arma de serviço, tendo efectuado disparos” que feriram três suspeitos.
Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP esclareceu ao PÚBLICO que os quatro jovens “tentaram manietar o polícia” e que um deles “meteu a mão no bolso” em jeito de ameaça. “O agente advertiu, disse que iria usar a arma de fogo caso não parassem, mas eles persistiram pondo em risco a integridade física do agente”, afirma a mesma fonte. Porém, após revista policial, "não foram encontradas quaisquer armas na posse dos jovens", refere.
Os feridos foram “de imediato assistidos no local” pelo INEM e pelos bombeiros de Queluz, tendo sido depois levados para o Hospital Amadora-Sintra, onde deram entrada por volta da 1h30.
No comunicado, a PSP diz que, no total, foram interceptados seis indivíduos. Destes, dois de 16 anos foram detidos e quatro (menores de 16) foram identificados. Refere ainda que já comunicou o caso ao Ministério Público e à Inspecção-geral da Administração Interna, como é habitual nestas situações, para investigação. Está também a colaborar com a Polícia Judiciária.
Este caso acontece um dia após a apresentação do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), com dados de 2012, no qual se lê que no ano passado a actuação da PSP resultou em 37 feridos sem internamento, menos 65 do que no ano anterior. Já o número de mortos aumentou: três em 2012, enquanto no ano anterior foi registada apenas uma morte.
A legislação que regula o uso de meios coercivos (que podem ir desde a força física até ao uso de armas) por parte da polícia define que este deve ser avaliado segundo “regras de prudência, moderação e bom senso”. A lei estabelece que o recurso a arma de fogo contra pessoas é permitido se houver “perigo iminente de morte ou ofensa grave à integridade física”.

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