CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Salvaterra de Magos
Espancamentos na esquadra da GNR

A Direcção da ACED fez-nos chegar o texto sobre mais uma agressão policial sem que tal se justifique, trata-se de mais um acto de violência gratuita que não podemos deixar de condenar.

Vítima de um espancamento, juntamente com outros amigos, denunciou à ACED por escrito o que lhe aconteceu, cf. mensagem abaixo. Em resumo, uma agressão de um jovem (mais velho) armado com arma branca originou uma perseguição na noite. Apanharam o agressor e vingaram-se nele. Mas deixaram-no escapar e voltaram a persegui-lo. Por não conhecerem o terreno ficaram à espera. Ao verem vultos, imaginaram que teria ido buscar reforços mas era, em vez disso, uma brigada da GNR, que os capturou.
Os soldados da GNR decidiram comportar-se como os jovens e vingaram-se deles nas instalações que são para serviço das populações. E disso se queixa a ACED às autoridades competentes, evocando o testemunho que se segue
Descrição da situação:
João Filipe Sousa Leal
CC: 13860648
No dia 1-06-2011 das 2h50 e 3h10 da manhã eu e mais 5 amigos meus encontrávamo-nos reunidos nas festas de Salvaterra de Magos. Um amigo meu dirigiu-se a um outro indivíduo a fim de lhe pedir um cigarro, o mesmo afirmou não ter nenhum cigarro, pelo qual a conversa ter continuado... de repente sem ninguém se aperceber vejo o meu amigo tombar para trás e vejo o indivíduo a começar uma fuga, eu corri logo em auxílio do meu amigo. Quando chego perante o meu amigo ja tombado e estendido no chão com os olhos abertos e já sem reacção, procurei logo por ferimentos, e os meus amigos começaram a perseguição ao causador de distúrbios. Eu vendo que o meu amigo não tinha ferimentos visíveis e que se encontrava com outros nossos amigos, comecei também a perseguição ao indivíduo. Não percorri mais de 50metros até me deparar com os meus amigos a tentarem cercar o indivíduo, mas sem conseguirem porque este tinha com ele uma arma branca (katana). O indivíduo conseguiu escapar, tendo-se posto em fuga. Mais à frente deparamos com uma situação em que este indivíduo vira-se para trás para dar uma facada num amigo meu, tendo o meu amigo ficado com o casaco e a t.shirt furada,e a marca da ponta da arma marcada na barriga. Eu como era o que estava mais perto do indivíduo mesmo chegando a derrubar os dois (eu e ele). Depois um dos meus amigos pega na katana e fere-lhe com um golpe na cabeça, e os restantes dão-lhes pontapés mas mesmo assim ele consegue pôr-se em fuga, novamente corremos atrás dele até à estrada nacional / 118,até que ele saltou um muro que iria dar à esquadra de Salvaterra de Magos mas tanto eu como os meus amigos não sabíamos sequer que a esquadra se situava naquele local. Visto que era a primeira vez que a gente se situava em Salvaterra depois de eu e os meus amigos nos reunirmos na estrada á espera dele... de repente vimos um vulto escuro a dirigir-se para nós visto que o sítio se encontrava totalmente escuro não sendo possível ver quem estava a vir, perante esta situação alguns elementos do nosso grupo amandaram pedras contra ele, e responderam-nos com tiros e dispersámos de imediato eu e mais um amigo meu fugimos para o mesmo lado, viramos à esquina e fomos abordados por um indivíduo a correr contra nós com uma arma apontada a nos dizer"parem se não eu disparo" eu virei-me para trás e deparei-me com um carro da patrulha ja parado e com o mesmo indivíduo a alcançar-nos, eu e o meu amigo não oferecemos resistência e deitamo-nos logo no chão com as mãos bem à vista. Eles algemaram-nos e começaram-nos a espancar no meio da rua com murros, pontapés e com o cassetete, e levamos porrada mais ou menos durante 10 minutos, depois de estarem satisfeitos, meteram-nos no carro da patrulha para nos dirigir ao posto de Salvaterra de Magos quando lá chegamos o primeiro sítio que nos colocaram foi numa sala tipo escritório juntamente com alguns elementos da GNR. A equipa de intervenção de Coruche começou a espancar mim e ao meu colega, todos estes actos foram feitos com a gente algemados e sem qualquer hipóteses de nos proteger e como se não bastasse obrigaram-nos a dar um beijo a um folheto que eles tinham colocado no chão à nossa frente. Depois de termos satisfeito todas as exigências deles, a partir daí não nos fizeram mais nada de grave
O jovem deverá estar identificado no auto de ocorrência – esteve presente um elemento do ministério público que ordenou a sua libertação por serem menores. Mas se for necessário a ACED poderá fornecer o contacto do queixoso.
A Direcção

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