Hoje, 27 de Dezembro assinala-se o 5º Aniversário dos
bombardeamentos de Israel a Gaza, ocorridos em 2008. O CMA-J expressa a sua solidariedade para com o
povo palestino e a sua justa resistência e luta pela liberdade e
independência. Associando-se a outras organizações subscreve o comunicado seguinte .
A par do opressivo sistema de
apartheid em que vivem os palestinos residentes em Israel, o
mundo assiste a sucessivas usurpações territoriais na
Cisjordânia e a agressões às populações residentes em
territórios palestinos, actos de terrorismo de estado cometidos
por parte do governo Israelita sobre o povo e o estado
palestino.
Todavia, a Organização
de Libertação da Palestina já em 1988, no espírito
das resoluções nº 242 e 338 do Conselho de Segurança da ONU, proclamara a independência
do Estado da Palestina nos territórios ocupados por Israel na
guerra de 1967, a Margem Ocidental do rio Jordão, incluindo
Jerusalém Oriental, e a Faixa de Gaza desígnio que
continua por cumprir.
O CPPC assinala a hipocrisia daqueles
que, pretendendo assumir-se como exemplares defensores dos
direitos humanos, pelo contrário são eles mesmos os agressores
ou patronos de agressões sobre povos do Próximo Oriente, com
destaque para a Palestina, cujos direitos têm persistentemente
sido preteridos em função dos interesses e abusos do estado de
Israel, com o apoio material e diplomático dos EUA.
Nesta
oportunidade invocamos o 5º aniversário da ofensiva terrorista
lançada sobre a faixa de Gaza entre 27 de Dezembro de 2008 e
18 de Janeiro de 2009 - conhecida por operação chumbo
fundido - a mais destruidora intervenção militar contra a
população palestina que sobrevive, como que aprisionada, na
Faixa de Gaza. Essa agressão, que provocou cerca de 1400
mortos e 5000 feridos, a larga maioria civis, assim como
efeitos devastadores nas infraestruturas e na economia daquele
território, foi objeto de condenação de Israel em sede do
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Os factos ficaram registados no
Relatório Goldstone, datado 15 de Setembro de 2009, redigido
pela subsequente Missão de Investigação da ONU a Gaza, no qual
são indiciados quer as Forças Armadas de Israel quer os
militantes palestinos por crimes de guerra e possíveis crimes
contra a humanidade, e foi recomendado que as partes
avaliassem as suas próprias condutas e, caso o não fizessem,
propondo levar as alegações até ao Tribunal Penal
Internacional. Israel rejeitou liminarmente o relatório. Este,
apesar de aprovado no Conselho de Direitos Humanos da ONU, e
seguidamente na própria Assembleia Geral, a 5 de Novembro de
2009, foi ignorado pelas potencias tradicionalmente coniventes
com Israel, e em particular, foi rejeitado pelos EUA e
potencias ocidentais.
O CPPC denuncia
a cínica diplomacia da União Europeia como cúmplice na
política belicista levada a cabo por Israel. A União Europeia
continua a tolerar, e a apoiar de facto, as intenções
expansionistas de Israel, bem como os planos de controlo de
rotas e de recursos do Médio Oriente por parte dos EUA e seus
aliados.
O CPPC
reafirma a urgência do cumprimento das resoluções do Conselho
de Segurança das Nações Unidas, e apela à Assembleia Geral da
ONU para que condene Israel pelos crimes de guerra e contra a
humanidade cometidos ao longo dos últimos 60 anos e pugne pelo
fim imediato da agressão ao povo palestino.
O CPPC
reafirma a sua solidariedade para com o povo palestino, no seu
direito a:
- O estabelecimento de um Estado da
Palestina dentro das fronteiras de 4 de Junho de 1967, com
Jerusalém Leste como capital;
- O fim da ocupação israelita;
- A interrupção da construção dos
colonatos e o desmantelamento dos existentes;
- O
derrube do Muro de Separação;
- O fim
do bloqueio a Gaza;
- A
libertação dos presos políticos palestinos;
- O respeito do direito ao regresso dos
refugiados.
As
organizações signatárias apelam a todos os cidadãos para que se
mobilizem e manifestem, de forma comprometida e solidária, em
apoio às legítimas e justas aspirações de liberdade e
independência do povo palestino, imprescindíveis à estabilidade
e à paz no Próximo Oriente.
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