Divulgamos o comunicado do CPPC, posição com a qual nos identificamos, no repúdio das provocações sionistas contra os povos do médio oriente
"O Conselho Português para a
Paz e Cooperação condena veementemente os ataques do exército
israelita à Síria, que constituem uma inaceitável agressão à
soberania e ao povo sírio, uma flagrante violação do direito
internacional e o mais completo desrespeito pelos princípios da
Carta da Nações Unidas.
Esta nova agressão de Israel à Síria
vem mostrar que o que está efectivamente a acontecer na Síria é
uma guerra de agressão instigada, fomentada e apoiada do
exterior, nomeadamente pelos EUA, a França, a Grã-Bretanha ou a
Alemanha, e os seus aliados na região, como Israel, a Turquia, a
Jordânia e as ditaduras do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita
ou o Qatar.
Estes ataques vêm ainda mostrar o
desespero daqueles que, confrontados com o facto da táctica de
desestabilização da Síria fomentando a dissensão interna e
armando os grupos terroristas que atacam este país não estar a
atingir o objectivo de derrubar o Governo sírio, procuram,
agora, através da provocadora agressão militar directa, escalar
o conflito para justificar uma intervenção militar estrangeira
de grande escala.
O ataque de Israel contra a Síria
confirma que Israel é um foco permanente de guerra, agressão e
ocupação contra todos os povos da região. Israel comporta-se
como o instrumento e principal aliado da estratégia de tensão e
guerra dos EUA no Médio Oriente. Israel viola da forma mais
ostensiva os direitos dos povos do Médio Oriente, com a ilegal
ocupação da Palestina, de territórios da Síria (os Montes Golã)
e do Líbano (as Quintas de Shebaa) e as sucessivas agressões
contra os países, como o Líbano, o Iraque e agora a Síria.
O apoio que a Administração Obama
deu a estes ataques de Israel à Síria desmascara a farsa que é a
política externa dos EUA, quando afirma defender o direito
internacional e os direitos humanos.
A grave evolução da situação no
Médio Oriente tem demonstrado ter nos EUA a sua principal força
desestabilizadora, que tem o plano de reconfigurar e recolonizar
toda uma região que denomina por "Grande Médio Oriente" a
fim de explorar os seus recursos. Todos os países que resistem
às intenções de domínio dos EUA na região são alvo de agressões
que visam a debilitação ou, mesmo, a fragmentação dos seus
Estados, como aconteceu com o Iraque e a Líbia ou acontece,
agora, com a Síria, sem esquecer as sanções e ameaças contra o
Irão.
Tendo presente o sofrimento já
infligido aos povos do Médio Oriente e alertando para os
riscos imprevisíveis de uma escalada do conflito na Síria, o
Conselho Português para a Paz e Cooperação:
- Exige o fim da agressão externa
à Síria;
- Exige o fim das acções de
ingerência, da militarização do conflito e do boicote a
qualquer esforço e tentativa de solução negociada e política
do conflito na Síria, pelas potências ocidentais e seus
aliados na região;
- Exige o fim das sanções contra
a Síria, cujas primeiras vítimas são a sua população;
- Exige do Governo português, em
consonância com a Constituição da República Portuguesa, a
clara condenação dos ataques de Israel à Síria;
- Apela, no espírito e respeito
da Carta das Nações Unidas, ao diálogo, à negociação e à
diplomacia para a resolução pacífica dos conflitos na região;
- Considera que todos os povos,
incluindo o da Síria, têm o direito a viver em paz e em
democracia e a determinar o seu presente e futuro, livre de
quaisquer ingerências e de acordo com as suas decisões
soberanas."
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