CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Cidadã dirige carta à RTP insurgindo-se contra a cobertura facciosa

À atenção da Direcção de Informação da RTP
Exmos. Senhores,
Depois de ter visto e ouvido a vossa reportagem sobre o o que hipocritamente designam por «Conflito Israel-Hamas» e enquanto cidadã portuguesa informada e defensora dos Direitos Humanos, não posso deixar de me insurgir veementemente contra a vossa reportagem, porque é facciosa, tendenciosa e revela má-fé.
O pior de tudo é que V. Exas. estarão tão bem informados quanto eu sobre o que está na origem do novo massacre em curso contra a Faixa de Gaza perpetrado pelo Estado sionista, colonialista e terrorista de Israel, pelo que não tem desculpa possível o tipo de notícias com que pretendem influenciar insidiosamente a opinião da população portuguesa.
Em primeiro lugar, o governo de Israel assassinou deliberadamente, com o sangue frio e a desumanidade que lhe é peculiar, uma criança palestiniana de 14 anos, na Faixa de Gaza, que jogava à bola em frente de sua casa. Tratando-se de um lugar-comum, uma trivialidade neste conflito, nada foi noticiado.
Em segundo lugar, durante o funeral desta criança, o governo de Israel aproveitou a ocorrência para assassinar "cirurgicamente" um líder do Hamas que sabia iria estar presente no funeral.
Em terceiro lugar, o Hamas respondeu a estas agressões com o lançamento de «rockets» contra Israel que terão alegadamente vitimado 3 (três) pessoas.
Por último Israel desencadeou um novo ataque maciço (já planeado) contra a Faixa de Gaza, alegando que estava a ser atacado pelo Hamas. Há notícia de, pelo menos, 40 mortos palestinianos e centenas de feridos.
Está ainda bem fresco na memória de muitos portugueses o massacre de Gaza que teve início no dia 27 de Dezembro de 2008 e se prolongou por Janeiro de 2009.
Sabendo V.Exas. tão bem quanto eu o que é a Faixa de Gaza, uma estreita língua de terra e a zona mais densamente povoada do mundo, sujeita a um bloqueio desumano e ilegal à luz do Direito Internacional por parte de Israel e transformada pelo Estado de Israel numa enorme prisão a céu aberto, não é aceitável nem tolerável ver e ouvir notícias como aquelas a que acabei de assistir em horário nobre de uma televisão pública paga com o dinheiro dos contribuintes, de cuja existência sou acérrima defensora.
Sejam JORNALISTAS com Maiúsculas, sejam SÉRIOS no vosso trabalho, por muito que isso vos possa custar!
Resta-me informar que vou enviar cópia da presente mensagem, que considero uma CARTA ABERTA, ao Conselho de Opinião da RTP.
Sem mais,
Maria José Morais Isidro Aragonez

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