Nos 70 anos da derrota do nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial
Celebrar a vitória, defender a paz
Quando se assinala o 70.º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a sua determinação em prosseguir e intensificar a acção de esclarecimento e mobilização da opinião pública para a defesa da Paz, da segurança e cooperação internacionais e para a amizade e solidariedade entre os povos, dando o seu contributo para que tragédia semelhante à que terminou há 70 anos nunca se venha a repetir.
Perante as ameaças e os perigos que a actual situação internacional comporta – com a disseminação de focos de tensão e conflito, com a crescente tensão entre potências nucleares, com a proliferação de bases militares estrangeiras e uma inédita corrida aos armamentos –, o CPPC realça a necessidade de mobilizar vontades e despertar energias em favor da Paz, do desarmamento, da dissolução dos blocos político-militares, do fim das bases militares estrangeiras, do respeito pela soberania dos estados e pelos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas. É este o caminho que interessa à Humanidade. É este o compromisso de sempre do CPPC.
Ao assinalar este aniversário, o CPPC lembra os cerca de 60 milhões de mortos e as muitas outras dezenas de milhões de feridos, estropiados e traumatizados; recorda a máquina de morte e destruição do nazi-fascismo, os campos de concentração, as torturas, os massacres, os assassinatos, as experiências «médicas» e a escravatura. Não esquece os bombardeamentos de populações civis, as bombas atómicas, os danos irreparáveis provocados à saúde das populações envolvidas na guerra, ao património cultural e às infra-estruturas sociais de diversos países.
O CPPC entende ser este o momento indicado para valorizar os que resistiram, que deram a liberdade e a própria vida para pôr fim à guerra, para libertar os povos subjugados, para pôr fim à tirania nazi-fascista. E, também, para realçar os avanços alcançados no pós-guerra pelos povos da Europa e do mundo: à saúde, à educação, à protecção social, à igualdade entre homens e mulheres e, no caso dos povos das colónias e países dependentes, o direito a decidirem soberanamente do seu destino, pondo fim aos impérios coloniais.
Neste aniversário, o CPPC evoca o surgimento, poucos anos após
o fim da guerra, de um movimento da paz democrático, progressista e antifascista, que congregou conhecidas personalidades das artes, da cultura e da ciência, de diferentes nacionalidades, convicções políticas e crenças religiosas. Criado em 1949-50, o Conselho Mundial da Paz (que o CPPC integra) constituiu-se como um pólo agregador de todos os que se opunham e opõem à guerra, às armas nucleares e de destruição massiva, à corrida aos armamentos e às bases militares estrangeiras. O Apelo de Estocolmo, pela proibição das armas nucleares, recolheu muitos milhões de assinaturas em todo o mundo.
Evocar a vitória sobre o nazi-fascismo obriga todos quantos defendem a paz, a liberdade e a solidariedade a repudiar e combater activamente o regresso de valores retrógrados, de tipo fascizante, neocolonial e belicista; a desmascarar os interesses e falsos pretextos que se escondem por detrás das guerras; a intervir com convicção para defender a paz, valor essencial para garantir o bem-estar, o desenvolvimento, a felicidade e a própria vida no planeta.
Sete décadas após esta data histórica, graves ameaças pairam sobre os povos do Mundo: os focos de tensão multiplicam-se, do Médio Oriente à Ásia Central, da Europa de Leste ao Pacífico, de África à América Latina; a tensão das potências ocidentais face à Federação Russa e à China assume proporções inéditas e consequências imprevisíveis; a corrida aos cada vez mais sofisticados e destruidores armamentos e as despesas militares não mostra
m sinais de abrandamento. Em muitos países ressurgem tendências securitárias e antidemocráticas, enquanto que noutros registam-se processos de avanço libertador e democrático. Perante tais perigos e ameaças, é mais importante do que nunca continuar e alargar o campo dos defensores activos da Paz.
Confiando na justeza dos seus ideais e princípios e na construção de um futuro melhor, o Conselho Português para a Paz e Cooperação reafirma, com inabalável determinação, o seu compromisso de sempre: agir lado a lado com todos os homens e mulheres que resistem e intervêm, no plano nacional e internacional, com a aspiração e a convicção de que é possível um mundo justo, democrático, solidário e de Paz.
A Direcção Nacional do CPPC
8 de Maio de 2015
8 de Maio de 2015
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