Mahmoud Sarsak é um dos 4000 presos políticos palestinianos que suscitaram a Eric Cantona (à direita na imagem) entre outros, a exigir que a comunidade internacional trate os desmandos israelitas como trata os ucranianos
DRAcadémicos, homens da cultura e do desporto, de que se salienta o nome da lenda do futebol Eric Cantona, aderiram a uma campanha internacional que visa exigir que a comunidade internacional olhe para as violações dos direitos humanos e da lei internacional da mesma forma que o faz em relação à Ucrânia a propósito do Euro 2012.
A Associação Internacional de Jogadores de Futebol Profissional denuncia a situação do jogador palestiniano que foi detido e condenado sem julgamento a três anos de prisão e mantido afastado da sua família que com ele nunca voltou a ter qualquer contacto desde a detenção.
O jovem palestiniano perdeu 30 quilos ao fim de mais de oitenta dias de greve de fome que cumpre, tal como muitos dos seus compatriotas, em protesto com a arbitrariedade da sua prisão e contra a falta de respeito pelos mais elementares direitos reconhecidos pela ordem jurídica internacional aos presos, nomeadamente o de terem direito a um julgamento isento e justo e a serem representados por um advogado.
A propósito dos muitos detidos e presos políticos palestinaianos, entre os quais a jovem promessa da seleção palestiniana, quarenta e dois clubes da Faixa de Gaza subscreveram uma carta-manifesto dirigida ao presidente da UEFA, Michel Platini, denunciando os crimes cometidos por Israel contra os palestinianos e protestando contra o facto de Israel ter sido escolhido como país anfitrião do campeonato do mundo de futebol sub-21 em 2013.
Mas não são só os palestinianos a protestar contra os abusos israelitas e contra a passividade da comunidade internacional. Encontram-se atualmente nas prisões israelitas cerca de 4000 presos políticos palestinianos em clara violação dos artigos 49 e 76 da 4ª convenção de Genebra que proíbe a transferência de populações dos territórios ocupados (Palestina) para os territórios do país ocupante (Israel).
Mais de 300 desses prisioneiros são detidos administrativos tal como Sarsak, presos sem qualquer acusação ou julgamento.
Preocupação com Ucrânia deve alargar-se a Israel
Na passada quinta-feira, numa carta enviada ao ministro dos desportos do Reino Unido, Hugh Robertson, e ao Presidente da UEFA, Michel Platini, Eric Cantona, embaixador do movimento britânico "Mostrem um cartão vermelho ao Racismo", o conhecido académico da MIT, Noam Chomsky, o antigo enviado especial da ONU à Palestina e realizador Ken Loach, entre outros, apelaram a que fosse demonstrada igual preocupação contra o racismo e abusos dos direitos humanos por parte de Israel, ao que é expresso relativamente à Polónia e Ucrânia anfitriões do europeu de 2012.
Os signatários chamam a atenção para o facto de diariamente serem violados os direitos humanos e a lei internacional por Israel questionando-se porque é que os mesmos grupos (governos e associações de futebol) se mantém silenciosos quando Israel é anfitriã da competição de sub21 em 2013.
Os ilustres subscritores concluem afirmando que “é altura de por fim à impunidade de Israel e de insistir nos mesmos níveis de igualdade, justiça e respeito pela lei internacional que exigimos a outros Estados”.
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