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Parar a agressão à Líbia
"Para além dos violentos bombardeamentos aéreos e terrestres que já
provocaram inúmeras vítimas e o êxodo em massa da população em fuga dos
bombardeamentos «humanitários», que não poupam hospitais e bairros residenciais,
o brutal bloqueio à cidade está a intensificar-se provocando carências extremas
de medicamentos, alimentos e água. É a própria imprensa internacional, que
silenciou os massacres cometidos pela NATO ao longo dos últimos meses, a ser
obrigada a reconhecer que Sirte enfrenta um verdadeiro desastre
humanitário.
A guerra na Líbia, ao contrário do que foi apresentado pelas grandes
potências e os média ocidentais, não tem nada a ver com uma suposta «defesa dos
direitos humanos» ou dos «civis», como aliás provam os massacres de Sirte,
precisamente contra civis líbios, os mesmos que a NATO diz querer
«defender».
... uma guerra pelo controlo dos recursos, semelhante às perpetradas contra os
povos do Afeganistão e do Iraque. Uma guerra levada a cabo pelas grandes
potências ocidentais, as mesmas que apoiaram até ao fim os regimes de Mubarak,
no Egipto, e Ben Ali, na Tunísia, e que agora condicionam estes processos,
procurando evitar que ali se desenvolvam autênticas revoluções patrióticas; são
as mesmas que inviabilizam a criação do Estado da Palestina e que apoiam
activamente Israel a prosseguir a ocupação; são ainda as mesmas que promovem a
desestabilização interna da Síria, antiga adversária dos objectivos
imperialistas dos EUA na região.
Os massacres da NATO em Sirte ou em Tripoli, como todos os que cometeu
contra o povo líbio ao longo dos últimos meses, tornam ainda mais urgente a
exigência de uma solução pacífica e negociada para o conflito líbio, sem
interferências ou ingerências externas nem mesmo do Secretário-geral das
Nações Unidas.
O CPPC exige o fim dos bombardeamentos e do bloqueio a Sirte e a outras
cidades líbias; a retirada imediata da NATO daquele país africano; a resolução
pacífica e negociada do conflito pelo povo líbio.
O CPPC reclama ainda do Governo português que, em consonância com a
letra e o espírito da Constituição da República (que está obrigado a cumprir) se
bata por estas exigências nas instâncias internacionais em que participam, ao
invés do seu apoio à agressão da NATO e à subversão do direito internacional,
demonstrando ser cúmplice de um autêntico genocídio e de mais um atentado contra
o direito internacional e o inalienável direito dos povos à sua
autodeterminação."
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