Por Mumia Abu Jamal
Publicado em Democracy and Class Struggle
Agosto de 2011
Após décadas de traição política pelo Partido Trabalhista e dos ataques descarados à classe trabalhadora pelos Tories (o Partido Conservador britânico), emergiu aí uma classe enfurecida e amarga que uma vez faz estremecer o centro de um império global – Londres.
Os fogos rebentaram em Birmingham, Croydon, Bristol, Liverpool e Tottenham segundo os últimos relatos, despoletados pelo próprio fusível que ateou as explosões dos anos 60 e 90: a violência policial – desta vez contra um jovem de 29 anos, pai de quatro filhos, Mark Duggan.
Mas embora esta violência policial possa ter sido a faísca, isso não significa que foi a razão. Vários anos de cortes, desemprego, diminuição das oportunidades de educação e simplesmente o velho mau espirito que visa os pobres e os desapropriados, os imigrantes e similares, deixaram um gosto amargo nas mentes de muitos. Sobretudo nenhum de uma cidade que se tornou interior o centro financeiro da Europa e que vivia uma vida de abundância e excesso.
Previsivelmente, os políticos apressaram para os microfones e ecoaram palavras que poderiam ter sido proferidas pelos seus primos norte-americanos no poder nos anos 60, ou após a absolvição dos polícias que espancaram Rodney King, o que incendiou o sul da Califórnia em 1992.
Eles não passam de criminosos – isto não tem a ver com as condições sociais!
Essas pessoas não passam de arruaceiros – eles são ladrões – nada mais! (Da última vez que verifiquei, normalmente os ladrões não ateiam fogos onde roubam.)
Os incêndios são tentativas de destruição, ponto final.
O falecido Reverendo Dr. Martin L. King Jr. disse, durante a agitação dos anos 60: Uma revolta está no fundo da linguagem do desconhecido.
Para aqueles que estão no poder na Grã-Bretanha, eles continuam a ouvir – nada.
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