Teor de carta da ACED emitida para as autoridades que deviam quebrar de vez a impunidade dos guardas prisionais que agem á rédea solta soltando as suas práticas violentas e racistas .
"Ulisses Mendes Chaves está preso em Paços de Ferreira. Está a ser alvo de perseguição por parte dos guardas de nomes Aires, Belo e Barbosa. É guineense e não tem visitas. Impedem-no de telefonar. Está na ala de segurança.
Em datas que não sabemos precisar pode descrever 3 episódios.
Uma vez entraram na cela e atiraram fora comida que tinha guarda, comprada na cantina. A pretexto de conter os protestos do recluso usaram algemas, gás pimenta e levaram-no para o pátio.
Outra vez o guarda Aires partiu para a agressão e chamou outros guardas para o socorrerem. Usaram o “ferro”, o punho do cassetete, e partiram-lhe um dente da frente. Na pancadaria insultavam-no e chamavam-lhe preto como um insulto.
No Natal o guarda Aires trouxe o pequeno-almoço à cela e atirou um pão à cara do recluso, insultando-o. Chamou outros guardas e usaram gás pimenta, “ferro” e algemas e deixaram-no no pátio à chuva. Ferido num joelho e nas costas.
Informado destes desmandos, o chefe de guardas não reage aos maus tratos. Reclamações por escrito são enviadas para o lixo. Sempre que vai à cantina há tensão e problemas. Não querem deixar comprar o que o recluso entende dever comprar.
Ulisses espera que este regime de tensão que persiste há meses possa deixar de o perseguir. Pelo que dirigiu uma reclamação para o exterior da cadeia, que a ACED recebeu e transmite a quem de direito."
"No dia 13 de Junho, o preso palestino Bilal Kayed deveria ter sido libertado após terminar uma pena de 14 anos e meio nas prisões israelitas. Porém, em vez de ser libertado, as forças armadas de ocupação israelitas ordenaram a sua detenção administrativa — sem julgamento nem culpa formada — durante seis meses. Como forma de luta para exigir a sua liberdade e o fim da detenção administrativa, Bilal Kayed iniciou na manhã de 15 de Junho uma greve da fome por tempo indeterminado.
O Movimento dos Presos Palestinos, que inclui todas as principais facções e partidos políticos palestinos, declarou solidariedade total com Bilal Kayed. Numerosos outros presos palestinos estão neste momento empenhados em protestos e acções de solidariedade, incluindo greves da fome. As autoridades prisionais israelitas lançaram contra eles uma série de medidas repressivas.
Mais de 7000 palestinos estão actualmente encarcerados em centros israelitas de presos e de detenção. Entre eles contam-se aproximadamente 715 detidos administrativos, incluindo 2 mulheres e 8 crianças, assim como dois deputados ao Conselho Legislativo Palestino (parlamento), Abdel-Jaber Fuquha e Hatem Kufaisha.
O MPPM, no seu Comunicado 013/2016, que se anexa, reclama uma vez mais o fim da participação do Ministério da Justiça no Projecto Law-Train e junta a sua voz à daqueles que na Palestina e em todo o mundo exigem: a liberdade de Bilal Kayed e dos outros detidos administrativos; o fim da prática da detenção administrativa; a liberdade de todos os presos palestinos; o fim da ocupação, o reconhecimento efectivo do direito do povo palestino a um Estado viável, dentro das fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Leste e uma solução justa para o problema dos refugiados."
Nota do MPPM acerca da luta pela libertação de Bilal Kayed
"Um dos livros de "Mumia Abu-Jamal, o jornalista negro norte-americano que, desde 1982, clama a sua inocência no corredor da morte de uma prisão da Pensilvânia.
Depois de um processo cheio de irregularidades, Mumia foi condenado à morte por um júri do qual tinham sido afastados os elementos de raça negra e por um juiz cujas opiniões racistas são do conhecimento público. Punido várias vezes por continuar a escrever na prisão, Mumia Abu-Jamal tem vindo a ser reconhecido nos EUA como a Voz dos Sem-Voz. Este livro, tal como o anterior, dá assim voz a todos os condenados à morte das prisões americanas. Para além de condenar um sistema desumano, "A Morte em Flor" faz também uma defesa vibrante e comovente da vida, sob todas as suas formas. Reunindo episódios da vida do autor, bem como poemas e reflexões religiosas e políticas, Mumia Abu-Jamal exprime numa linguagem simples e plena de imagens, uma filosofia de profunda espiritualidade que é tanto revolucionária e ecologista quanto humanista. São poucos os livros que podem ter a pretensão de atingir uma tal força de verdade e de esperança."
Alton Sterling -- Pai e marido, amado pela sua família e amigos -- Sobe a um trágico trem de morte com Mike Brown, rekiah boyd, Eric Garner, Sandra Bland, Tamir Rice, e a lista continua e continua e continua e continua. Todos assassinados por policiais que "só faziam seus trabalho".
Em momentos como estes, as eleições nos parecem irrelevantes, porque não têm resposta a este persistente estado de terror. Nenhuma resposta em absoluto.
Por que eles deveriam ter uma? Os candidatos eram os arquitetos dessa carnificina. Fizeram fortes campanhas a favor dos assassinos. Aprovaram a sua militarização e deram-lhes armas de guerra.
Os políticos que hoje em dia se candidatarem à um post (ou fogem de um) eram fanáticos partidários da polícia ontem. Deram-lhes cada vez mais dólares de impostos e cada vez mais armas militares.
O que esperavam?
Agora, algumas horas depois do assassinato de Sterling, outro homem negro (philando castile) é baleado no banco da frente do carro (enquanto a amante observa com horror) quando se estica para pegar sua carteira de motorista e registro do veículo Exigidos por um polícia de trânsito.
Outro foi-se embora... Um após o outro... Uma atrás da outra.
"A militar transexual Chelsea Manning, que está em prisão militar por ter passado informações confidenciais ao Wikileaks, fez uma tentativa de suicídio na prisão e foi hospitalizada.
As Forças Armadas dos EUA recusaram explicar a causa da internação de Manning, enquanto a equipe de defesa de Manning criticou o governo por não ter permitido realizar contatos com ela. Segundo os advogados, os militares norte-americanos cometeram uma violação séria ao contar aos jornalistas sobre o estado de saúde da reclusa, violando a lei da privacidade.
De acordo com Nancy Hollander, uma das advogadas de Manning, a equipe de defesa ficou "chocada e irritada" por a informação sobre o suicídio ter passado à mídia.
Em agosto de 2013 Chelsea Manning, naquela altura conhecida como o soldado Bradley Manning, foi condenada a 35 anos de prisão por ter passado ao Wikileaks 700 mil documentos secretos sobre os crimes dos militares norte-americanos no Afeganistão e no Iraque, quando trabalhava com informações confidenciais durante a guerra no Iraque. Ela foi condenada como homem, mas logo na prisão começou a viver como mulher .
Pela primeira vez na história das Forças Armadas dos EUA, Manning foi autorizada a realizar um curso de terapia hormonal para se tornar mulher quando estava na prisão na base militar de Fort Leavenworth. O tribunal do Estado de Kansas permitiu-o mudar de identidade para Chelsea Elizabeth e o tribunal militar de apelação em Washington reconheceu o soldado Bradley Manning como mulher.
Em maio, Manning apelou da sentença, chamando-a de "extraordinariamente injusta" em comparação com outras pessoas que cometeram o mesmo tipo de crime."