Agressões e prisões pela polícia no bairro da Cova da Moura
Mais um caso de violência policial
que não pode ficar impune
Na
passada 5ª feira, 5 de Fevereiro, uma brigada policial
fez uma pretensa rusga na Cova da Moura, numa pura demonstração de
força e intimidação da população, tal como muitas vezes tem
acontecido em muitos bairros do país. A certa altura, abordaram de
forma provocatória um grupo de jovens do bairro, revistando-os e
abusando-os verbalmente à espera de alguma forma de resposta
violenta. Como não a obtiveram, os polícias começaram a agredir
brutalmente um dos jovens, apesar de este não estar a oferecer
qualquer resistência. Seguiram-se disparos, incluindo sobre outros
habitantes que entretanto tinham ido ver o que se passava e que
puderam testemunhar todo o episódio. Uma voluntária da Associação
Moinho da Juventude foi atingida na perna e na nádega. O jovem, a
sangrar, foi algemado e levado para a esquadra de Alfragide. Aí, os
polícias juntaram-se para o agredir com cassetetes e pontapés, ao
mesmo tempo que o insultavam. Só seria libertado no dia seguinte,
depois de o terem acusado de apedrejar a carrinha da polícia, uma
acusacão impossível, já que ele na altura estava a ser revistado.
Um
grupo de pessoas, entre os quais dois dirigentes do Moinho, decidiu
dirigir-se à esquadra para exigir a libertação dele. Apesar da
abordagem pacífica
deles à entrada da esquadra, foram logo insultados e baleados e
depois, dentro da esquadra, foram algemados, violentamente agredidos
e ameaçados de morte. Cinco deles foram detidos e levados pela
polícia para a esquadra da Damaia e depois para um hospital, devido
aos ferimentos que tinham sofrido. A polícia e a comunicação
social tentou apresentar o que se passou este episódio como sendo um
gang
a invadir a esquadra.
Basta,Concentração
contra a violência policial e contra o racismo
12
de Fevereiro de 2015, pelas 17 horasFrente ao Parlamento
Este
é mais um dos muitos casos de provocação e violência policial que
alastram em particular nos bairros negros das periferias e que não
podem ficar sem resposta. A cada dia que passa, a polícia provoca,
invade, agride, insulta e prende ilegalmente sobretudo jovens de
etnias que o sistema considera inferiores, através dos seus agentes
nas forças de repressão, nas quais se expandem cada vez mais, com
encorajamento oficial e com total impunidade, sentimentos de ódio
racista.
Isto
não acontece por acaso, acontece
numa altura em que a crise do sistema impõe condições de vida cada
vez mais horrendas e desumanizadoras aos sectores mais explorados e
oprimidos da sociedade, com particular destaque para os descendentes
de africanos, que são empurrados para o desemprego (esmagadoramente
os jovens) e para uma vida em bairros onde lhes são negadas as mais
elementares condições de sobrevivência. Este sistema não tem nada
para lhes oferecer e pretende esmagar-lhes os horizontes.
Isto
está a acontecer em todo o mundo dito avançado, em toda a Europa e
nos
EUA (onde chega a limites extremos, como os assassinatos endémicos
de afro-americanos e latinos que geraram a recente grande onda de
protestos e indignação). O objectivo é impor um brutal sistema de
medo permanente que impeça os jovens de se revoltarem, sob qualquer
forma, desde as mais erradas às mais avançadas, contra uma vida sem
perspectivas e para mudar a sociedade. O objectivo é dividir,
colocar brancos e negros uns contra os outros e entre eles
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