O genocídio israelense e seus cúmplices prestativos
por James Petras
Exceptuando Israel e seus apoiantes organizados nas principais organizações sionistas, a opinião pública mundial e a maior parte dos peritos em direito internacional vêm a invasão de Gaza pelo Estado judeu, bem como o seu ataque sistemático a civis e infraestrutura básica, como um crime contra a humanidade.
O objectivo deste ensaio é quádruplo: 1) Identificar a natureza do crime – o carácter genocida do assalto armado e a sequência que leva a isto; 2) Identificar os perpetradores directos dos crimes de guerra e seus cúmplices internos e internacionais; 3) Explicar os laços que ligam líderes, decisores políticos, propagandistas, cúmplices e seguidores, incluindo suas ideologias, interesses materiais e estrutura organizativa que torna estes crimes não só possíveis como até agora ficarem impunes; e 4) Identificar os grandes interesses imperiais pelos quais Israel alia-se aos EUA e, na prossecução dos quais, o assalto a Gaza é um horrendo ensaio geral.
A "moralidade" de guardas de prisão num Estado genocida
Os decisores políticos no estado genocida dirigem uma sociedade altamente militarizada onde cidadãos e soldados, criminosos e profissionais, torturadores e sociopatas podem coexistir dentro da mesma pessoa. A racionalidade fria é utilizada para o assassínio em massa, a tecnologia para a devastação maciça, a linguagem para eufemismos e os verdugos apresentam-se como vítimas (e vice versa). Preceitos morais tornam-se envilecidos e suplantados pela ética do assassínio em massa. Moralistas, rabis e filósofos a ética juntam-se todos para abençoar as bombas despejadas sobre hospitais e escolas e lares e todas as coisas vivas – mesmo os mortos e enterrados não ficam em paz quando os cemitérios são bombardeados.
Governantes, imbuídos de uma visão genocida, vêem apenas objectivos militares – não existe um povo oprimido – toda existência humana e todas as instituições nas áreas alvo devem ser demolidas. A destruição da vida humana, da existência diária palestina, tornou-se o objectivo final desta operação obscena.
A decisão prática de exterminar palestinos foi consciente, planeada e perseguida com resolução implacável no próprio topo e executada com entusiasmo selvagem pelo "exército cidadão" de Israel.
O desdobramento deste plano mortal começou com o que parecia uma oferta de paz "generosa". Em 2004, o primeiro-ministro criminoso de guerra de Israel, Ariel Sharon, "concedeu" aos palestinos auto-governo em Gaza e em Agosto de 2005 retirou uns poucos milhares de colonos judeus e suas tropas terrestres israelenses. A consequência desta benevolência: Mais de 1,4 milhão de palestinos foram trancados e apinhados na mais densa prisão ao ar livre do mundo: o maior gueto da história. Isto foi uma nauseante reminiscência do cerco nazi a judeus polacos arrebanhando-os no gueto de Varsóvia ... onde também lhe foi concedido "auto governo". Uma vez removidos os colonos judeus (e lhes foi pago US$300 mil por família a título de "compensação"), militares de Israel fecharam todas as entradas e saídas de Gaza. Terra, mar e espaço aéreo foram bloqueados e foi imposto controle total à entrada de alimentos, medicamentos, livros escolares e à saída de palestinos para tratamento médico, estudos universitários, viagens normais e comércio de qualquer espécie. Isto reflectia a política nazi em relação àqueles presos no gueto de Varsóvia. Agricultores palestinos foram alvejados a cuidarem dos seus campos, actos de brutalidade que recordam o bloqueio nazi de Leningrado para reduzi-la pela fome... E o mundo ficou estarrecido!
Gaza e o gueto foram primeiramente concebidos para serem campos de prisão ao ar livre ... com medidas temporárias para mascarar os planos reais. Em 2014 a jovem população de Gaza havia crescido para mais de 1,8 milhão de seres humanos capturados. Obviamente, se os habitantes de Gaza não podia viajar, cultivar, pescar e comerciar por meios normais, eles escavariam túneis para se abastecerem e combateriam o seu rebaixamento ao status de animais enjaulados pelo estado israelense. Os passos seguintes após o confinamento foram sistemáticos e premeditados: os sionistas, tal como os nazis, lançaram guerra total contra os inevitáveis actos de resistência por parte dos oprimidos. Enviaram aviões, tanques, mísseis e bombas para arrasar áreas populadas, especialmente os bairros onde jovens combatentes se levantavam para resistir a esta crueldade insuportável. Os heróicos jovens combatentes de Gaza, tal como seus antecessores de Varsóvia, resistiam a seus inimigos totalitários repetidamente. Enquanto isso, a vasta maioria de judeus israelenses encorajava a devastação enquanto afirmava serem as vítimas e jovens judeus de além-mar voluntariavam-se para juntar-se à IDF (Israel Defense Force) na sua carnificina dos palestinos, tal coo a população alemã celebrou, juntamente com os alemães de além-mar, os crimes totalitários dos seus líderes. Suas respostas foram quase idênticas, embora em tempos e lugares diferentes. Povo Eleito e Ariano do mundo uniram-se contra o que ambos denominaram "terroristas" exigindo que seus túneis se tornassem suas sepulturas!
De acordo com esta mitologia da super-raça, a máquina de matar de Israel é realmente mais eficaz no assassinato de civis desarmados – inválidos que não podem correr, médicos que ficam a cuidar de feridos, mães e filhos nos seus frágeis abrigos – e em contrapartida patética quando se confronta cara a cara com combatentes determinados da resistência armada. em 8/6/14 a Força Aérea israelense, a Marinha e a artilharia massacraram 1.594 civis palestinos – através de guerra high tech a longa distância – a comparar com três civis em Israel (um beduíno, um trabalhador agrícola tailandês e um judeu israelense), um rácio estonteante de mais de 1500 civis palestinos para um dos "Eleitos". Mas quando se trata de "combate no terreno", foram mortos 64 soldados israelenses em comparação com 281 partisans palestinos, um rácio de 4,4 para 1. Apesar de todo o apoio da cobertura aérea israelense e de dispositivos protectores high tech, os israelenses tiveram pesadas baixas militares quando a sua invasão desceu a um campo de combate mais nivelado onde partisans fracamente equipados estão dispostos a morrer pelos seus lares e pela libertação.
Os criminosos de guerra: Quem são eles e o que são os seus crimes
Claramente os oficiais que comandam as forças armadas israelenses, as pretensas Forças de Defesa de Israel, que são responsáveis pelos sistemáticos ataques terrestres, aéreos e marítimos a civis, hospitais, escolas, santuários de refúgio, são os primeiros da fila na lista dos crimes de guerra. Eles deveriam ser juntos aos estrategas militares e decisores políticos israelenses que sistematicamente e criminosamente alvejam lares, bairros, instalações de purificação de água e tratamento de esgotos, redes e centrais eléctricas num esforço deliberado para destruir qualquer possibilidade de existência quotidiana normal para quase dois milhões de palestinos. Eles cometeram graves Crimes contra a Humanidade, de acordo com as Convenções de Genebra e os padrões legais estabelecidos em Nuremberg. Há testemunhas oculares e documentação que mostram soldados de média e baixa patente empenhados em disparos injustificáveis de crianças de escola, clientes de lojas e mães com bebés a fugirem de zonas de combate. Processos por crimes de guerra não podem ser simplesmente limitados a umas poucas dúzias de oficiais superiores – estes crimes foram cometidos a todos os níveis das IDF.
Líderes e decisores políticos, a começar com o primeiro-ministro Benyamin Netnyahu e seu gabinete, membros do principal partido e do Knesset, que foram os motivadores primários no lançamento da blitz contra Gaza e justificaram a matança maciça de civis, deveriam claramente estar no centro de qualquer Tribunal Internacional de Crimes de Guerra.
Mas o que dizer acerca do público israelense, a grande massa de judeus israelenses, que se considera moralmente acima da opinião pública mundial apesar de uma repugnância quase universal com os crimes de Israel? Mais de 90% dos judeus israelenses dão apoio irrestrito ao banho de sangue em curso, sabendo, na verdade aplaudindo diariamente das arquibancadas erguidas sobre colinas que circundam Gaza, as consequências criminosas do seu apoio – eles também são uma parte essencial deste empreendimento criminoso. Eles celebram a carnificina e atacaram violentamente os poucos israelenses que questionaram abertamente esta "guerra". Os israelenses não podem afirmar "ignorância inocente"; não podem chamar a isto um "conflito trágico entre dois povos". Nenhum israelense pode absolver-se afirmando ignorância da natureza dos crimes cometidos em seu nome – nem querem eles afirmar ignorância! A maioria dos judeus israelenses informados pediu esta guerra desde o princípio, muitos juntando-se a marchas racistas com faixas e cantos a pedir "Morte aos Árabes"! Eles usam o seu endosso ao holocausto de Gaza como um emblema de honra. Noventa por cento dos cidadãos judeus em Israel rejeitaram qualquer cessar-fogo humanitário: Colunistas de jornais e a vasta maioria dos leitores na imprensa diária argumentaram abertamente pelo extermínio! Auto-declarados criminosos de guerra são festejados como heróis israelenses pelos seus irmãos além-mar que se apressam a endossar ou mesmo aderir à carnificina. Gideon Levy, jornalista dissidente e solitário do Haaretz, é cuspido em todos os cafés da moda e agora tem de tomar o seu café em casa.
O que se pode dizer acerca dos "moralistas", os famosos chefes rabis, que não têm engulhos em piedosamente instar à carnificina em massa: Haverá um Tribunal Superior de Autoridade Religiosa para responsabilizar estes "homens sagrados" pelo seu incitamento a crimes de guerra? E quando à rede mundial de organizações sionistas internacionais que asseguram milhares de milhões de dólares dos embarques de armas assassinas dos corruptos e covardes Congresso e Executivo dos EUA? Não são eles cúmplices do genocídio previa e posteriormente?
Contudo, é uma mentira flagrante e consciente e uma falsificação afirmar, como alguns falsos críticos à "esquerda", que a "América partilha a responsabilidade" pelos crimes de Israel contra Gaza. Quem pediu ao povo americano para endossar esta carnificina? Quando é que o povo americano organizou um "lobby" para comprar votos no Congresso? Será que o povo americano organizou levantamentos multimilionários de fundos no luxuoso Waldorf-Astoria onde líderes republicanos e democratas eleitos se comprometeram a dar a Israel US$225 milhões adicionais em mísseis e tanques, para reabastecer seu arsenal utilizado na razia de milhares de lares e eliminar famílias inteiras em Gaza? Qualquer investigador sério que olhe para a política interna americana sabe que os presidentes das 52 Principais Organizações Judias Americanas (sic) são cúmplices de Israel nos bombardeamentos terroristas de Gaza. E inquéritos mostram que a maioria dos jovens americanos simpatiza com os direitos dos palestinos...
Haverá alguma cláusula nos processos do Tribunal de Crimes de Guerra de Nuremberg que possa levar a acusações contra os cúmplices além-mar de crimes de guerra? O que dizer acerca de eminente académicos "de esquerda" e jornalistas "progressistas" que encobrem os cúmplices além-mar acusando falsamente a "América" (e implicitamente o povo americano) desta carnificina?
Os laços que prendem
Identificámos um encadeamento ligando a elite política de Israel, seu comando militar e a massa do público israelense directamente a crimes de guerra e genocídio com a cumplicidade material activa de organizações sionistas além-mar. Eles actuam como uma força coesa a afundar-se no sangue e na guerra total contra os palestinos – os habitantes originais e proprietários por direito do que é agora chamado "Israel".
Levanta-se a questão: O que os une neste horrível empreendimento? Que cegueira moral os aflige para que ignorem tantas estantes de livros com os escritos e ensinamentos humanistas de Spinoza, Kant, Babel ou Buber? Serão estas lealdades tribais derivadas dos contos vingança e homicídio do Velho Testamento? Estarão estas expressões de um fanatismo etno-religioso ligadas à busca de um império regional e à pilhagem?
A ideologia racista e sua expressão virulenta tanto nos altos escalões como na "Rua Judia" é generalizada e aberta. Degradar palestinos, enquanto afirmam serem uma raça superior acima das leis do resto do mundo, serve para justificar todos os crimes contra o povo de Gaza. Próxima e distante, esta expressão da "identidade e solidariedade colectiva judia", baseada na superioridade étnico-religiosa sempre ameaçada pelo povo "nativo" inferior e hostil, explica o apoio inflexível de pessoas influentes de topo em Hollywood, professores da Ivy League, intelectuais franceses, pares britânicos e eminentes banqueiros de investimento da Wall Street.
Afinidades ideológicas e lealdades étnico-religiosas à parte, muitos judeus israelenses também têm um importante interesse material em roubar e expulsar o povo da Palestina: Terras palestinas tomadas resultam em nova habitação subsidiada e barata, piscinas só para judeus, urbanizações em terras onde outrora cresciam oliveiras e famílias extensas ali tinham vivido e morrido. Judeus tanto da classe média como da trabalhadora obtêm habitação gratuita; especuladores imobiliários tomam propriedades escolhidas frente ao mar para condomínios de luxo e destinos turísticos. Empreiteiros de construção asseguram contratos lucrativos junto ao estado. A pilhagem constitui uma importante base material para o alto padrão de vida de Israel, muitas vezes mais alto do que o dos palestinos, muito mais alto do que o da população não judia de Israel e mais alto mesmo do que o dos americanos que têm sido forçados a subsidiar o "Estado Judeu" durante quase 50 anos.
Igualmente importante: o assalto de Israel a Gaza serve como um teste no terreno para as suas armas de destruição em massa e sua cúpula (Dome) anti-míssil. Quanto a isto, a carnificina em Gaza serve como um ensaio geral (e uma advertência gráfica) para novas guerras através da região em associação com os EUA e seus clientes. Os mais recentes documentos do analista da NSA Edward Snowden revela que Israel trabalha em conjunto com os EUA por toda a África do Norte, Médio Oriente, Golfo Pérsico, Sul da Ásia e países islâmicos na escolha de alvos e elaboração de planos de guerra... A Grande Israel já não é mais o sonho excêntrico de visionários judeus: está a caminho e seus princípios sangrentos em Gaza prenunciam futuras guerras maiores e mais sangrentas contra a humanidade.
Conclusão
A guerra total de Israel contra Gaza provocou a condenação de milhões de pessoas por todo o mundo, o maior ultraje pelos seus crimes contra a humanidade e apelo a um tribunal internacional de crimes de guerra. Se um tal tribunal viesse a ser convocado, a questão que se levanta de quão longe deveria ser lançada a rede – onde traçar a linha entre líderes, soldados, massas e apoiantes cúmplices além-mar, todos implicam num grau ou noutro? Quantos "cúmplices prestativos" do assassínio em massa deveriam ser investigados e processados?
O horror e a indignação crescente tem isolado Israel da maior parte da espécie humana, incluindo milhares de judeus – mas tem endurecido seus líderes e excitado seu núcleo poderoso de apoiantes influentes, especialmente nos EUA.
Extremistas encarniçados, nas suas luxuosas suites, estão na contra-ofensiva. Importantes produtores de Hollywood denunciam os actores moralmente ultrajados que ousaram criticar os crimes de guerra de Israel em Gaza, etiquetando-os como "anti-semitas" e ameaçando-os com uma vida interna nas listas negras para qualquer novo trabalho no "cinema ou no palco". Poderosas organizações sionistas, não só asseguram a oposição dos EUA a qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando crimes de guerra israelenses como aprovações unânimes (100%) no Congresso e na Casa Branca e uma "verba de emergência" de mais de US$250 milhões de dinheiro do contribuinte para reabastecer Israel com as bombas e mísseis que despejou sobre o povo de Gaza. Os elementos da linha dura, que falam pelos presidentes das 52 Principais Organizações Judias Americanas, não afrouxaram no seu apoio à carnificina de Israel, mesmo em face das centenas de milhares de manifestações por todo o mundo em apoio aos direitos do povo da Palestina. Os da linha dura exibem abertamente seu apoio cego aos crimes de guerra de Israel. Estes fanáticos estão convencidos de que todo crítico dos crimes de guerra de Israel, cristão, muçulmano, hindu, judeu ou ateu, é um anti-semita, um pervertido ou terrorista a ser censurado ou esmagado! No interior do bunker sionista há um reforço rígido da lealdade a Israel, ao passo que do lado de fora, há o suave despejar de propaganda que minimiza os crimes de guerra de Israel e negações veementes de cumplicidade além-mar com o genocídio.
Epílogo: Um diálogo entre sionistas
O sionista de direita diz para o de esquerda: "Crimes ao serviço do Grande Israel são virtudes". O de esquerda responde: "Há crimes mas em última análise a América é a responsável".
Um arguto velho observador sionista comenta com aprovação: "É a nossa divisão de trabalho: os sionistas de direita defendem Israel e os sionistas de esquerda confundem seus críticos".
A "moralidade" de guardas de prisão num Estado genocida
Os decisores políticos no estado genocida dirigem uma sociedade altamente militarizada onde cidadãos e soldados, criminosos e profissionais, torturadores e sociopatas podem coexistir dentro da mesma pessoa. A racionalidade fria é utilizada para o assassínio em massa, a tecnologia para a devastação maciça, a linguagem para eufemismos e os verdugos apresentam-se como vítimas (e vice versa). Preceitos morais tornam-se envilecidos e suplantados pela ética do assassínio em massa. Moralistas, rabis e filósofos a ética juntam-se todos para abençoar as bombas despejadas sobre hospitais e escolas e lares e todas as coisas vivas – mesmo os mortos e enterrados não ficam em paz quando os cemitérios são bombardeados.
Governantes, imbuídos de uma visão genocida, vêem apenas objectivos militares – não existe um povo oprimido – toda existência humana e todas as instituições nas áreas alvo devem ser demolidas. A destruição da vida humana, da existência diária palestina, tornou-se o objectivo final desta operação obscena.
A decisão prática de exterminar palestinos foi consciente, planeada e perseguida com resolução implacável no próprio topo e executada com entusiasmo selvagem pelo "exército cidadão" de Israel.
O desdobramento deste plano mortal começou com o que parecia uma oferta de paz "generosa". Em 2004, o primeiro-ministro criminoso de guerra de Israel, Ariel Sharon, "concedeu" aos palestinos auto-governo em Gaza e em Agosto de 2005 retirou uns poucos milhares de colonos judeus e suas tropas terrestres israelenses. A consequência desta benevolência: Mais de 1,4 milhão de palestinos foram trancados e apinhados na mais densa prisão ao ar livre do mundo: o maior gueto da história. Isto foi uma nauseante reminiscência do cerco nazi a judeus polacos arrebanhando-os no gueto de Varsóvia ... onde também lhe foi concedido "auto governo". Uma vez removidos os colonos judeus (e lhes foi pago US$300 mil por família a título de "compensação"), militares de Israel fecharam todas as entradas e saídas de Gaza. Terra, mar e espaço aéreo foram bloqueados e foi imposto controle total à entrada de alimentos, medicamentos, livros escolares e à saída de palestinos para tratamento médico, estudos universitários, viagens normais e comércio de qualquer espécie. Isto reflectia a política nazi em relação àqueles presos no gueto de Varsóvia. Agricultores palestinos foram alvejados a cuidarem dos seus campos, actos de brutalidade que recordam o bloqueio nazi de Leningrado para reduzi-la pela fome... E o mundo ficou estarrecido!
Gaza e o gueto foram primeiramente concebidos para serem campos de prisão ao ar livre ... com medidas temporárias para mascarar os planos reais. Em 2014 a jovem população de Gaza havia crescido para mais de 1,8 milhão de seres humanos capturados. Obviamente, se os habitantes de Gaza não podia viajar, cultivar, pescar e comerciar por meios normais, eles escavariam túneis para se abastecerem e combateriam o seu rebaixamento ao status de animais enjaulados pelo estado israelense. Os passos seguintes após o confinamento foram sistemáticos e premeditados: os sionistas, tal como os nazis, lançaram guerra total contra os inevitáveis actos de resistência por parte dos oprimidos. Enviaram aviões, tanques, mísseis e bombas para arrasar áreas populadas, especialmente os bairros onde jovens combatentes se levantavam para resistir a esta crueldade insuportável. Os heróicos jovens combatentes de Gaza, tal como seus antecessores de Varsóvia, resistiam a seus inimigos totalitários repetidamente. Enquanto isso, a vasta maioria de judeus israelenses encorajava a devastação enquanto afirmava serem as vítimas e jovens judeus de além-mar voluntariavam-se para juntar-se à IDF (Israel Defense Force) na sua carnificina dos palestinos, tal coo a população alemã celebrou, juntamente com os alemães de além-mar, os crimes totalitários dos seus líderes. Suas respostas foram quase idênticas, embora em tempos e lugares diferentes. Povo Eleito e Ariano do mundo uniram-se contra o que ambos denominaram "terroristas" exigindo que seus túneis se tornassem suas sepulturas!
De acordo com esta mitologia da super-raça, a máquina de matar de Israel é realmente mais eficaz no assassinato de civis desarmados – inválidos que não podem correr, médicos que ficam a cuidar de feridos, mães e filhos nos seus frágeis abrigos – e em contrapartida patética quando se confronta cara a cara com combatentes determinados da resistência armada. em 8/6/14 a Força Aérea israelense, a Marinha e a artilharia massacraram 1.594 civis palestinos – através de guerra high tech a longa distância – a comparar com três civis em Israel (um beduíno, um trabalhador agrícola tailandês e um judeu israelense), um rácio estonteante de mais de 1500 civis palestinos para um dos "Eleitos". Mas quando se trata de "combate no terreno", foram mortos 64 soldados israelenses em comparação com 281 partisans palestinos, um rácio de 4,4 para 1. Apesar de todo o apoio da cobertura aérea israelense e de dispositivos protectores high tech, os israelenses tiveram pesadas baixas militares quando a sua invasão desceu a um campo de combate mais nivelado onde partisans fracamente equipados estão dispostos a morrer pelos seus lares e pela libertação.
Os criminosos de guerra: Quem são eles e o que são os seus crimes
Claramente os oficiais que comandam as forças armadas israelenses, as pretensas Forças de Defesa de Israel, que são responsáveis pelos sistemáticos ataques terrestres, aéreos e marítimos a civis, hospitais, escolas, santuários de refúgio, são os primeiros da fila na lista dos crimes de guerra. Eles deveriam ser juntos aos estrategas militares e decisores políticos israelenses que sistematicamente e criminosamente alvejam lares, bairros, instalações de purificação de água e tratamento de esgotos, redes e centrais eléctricas num esforço deliberado para destruir qualquer possibilidade de existência quotidiana normal para quase dois milhões de palestinos. Eles cometeram graves Crimes contra a Humanidade, de acordo com as Convenções de Genebra e os padrões legais estabelecidos em Nuremberg. Há testemunhas oculares e documentação que mostram soldados de média e baixa patente empenhados em disparos injustificáveis de crianças de escola, clientes de lojas e mães com bebés a fugirem de zonas de combate. Processos por crimes de guerra não podem ser simplesmente limitados a umas poucas dúzias de oficiais superiores – estes crimes foram cometidos a todos os níveis das IDF.
Líderes e decisores políticos, a começar com o primeiro-ministro Benyamin Netnyahu e seu gabinete, membros do principal partido e do Knesset, que foram os motivadores primários no lançamento da blitz contra Gaza e justificaram a matança maciça de civis, deveriam claramente estar no centro de qualquer Tribunal Internacional de Crimes de Guerra.
Mas o que dizer acerca do público israelense, a grande massa de judeus israelenses, que se considera moralmente acima da opinião pública mundial apesar de uma repugnância quase universal com os crimes de Israel? Mais de 90% dos judeus israelenses dão apoio irrestrito ao banho de sangue em curso, sabendo, na verdade aplaudindo diariamente das arquibancadas erguidas sobre colinas que circundam Gaza, as consequências criminosas do seu apoio – eles também são uma parte essencial deste empreendimento criminoso. Eles celebram a carnificina e atacaram violentamente os poucos israelenses que questionaram abertamente esta "guerra". Os israelenses não podem afirmar "ignorância inocente"; não podem chamar a isto um "conflito trágico entre dois povos". Nenhum israelense pode absolver-se afirmando ignorância da natureza dos crimes cometidos em seu nome – nem querem eles afirmar ignorância! A maioria dos judeus israelenses informados pediu esta guerra desde o princípio, muitos juntando-se a marchas racistas com faixas e cantos a pedir "Morte aos Árabes"! Eles usam o seu endosso ao holocausto de Gaza como um emblema de honra. Noventa por cento dos cidadãos judeus em Israel rejeitaram qualquer cessar-fogo humanitário: Colunistas de jornais e a vasta maioria dos leitores na imprensa diária argumentaram abertamente pelo extermínio! Auto-declarados criminosos de guerra são festejados como heróis israelenses pelos seus irmãos além-mar que se apressam a endossar ou mesmo aderir à carnificina. Gideon Levy, jornalista dissidente e solitário do Haaretz, é cuspido em todos os cafés da moda e agora tem de tomar o seu café em casa.
O que se pode dizer acerca dos "moralistas", os famosos chefes rabis, que não têm engulhos em piedosamente instar à carnificina em massa: Haverá um Tribunal Superior de Autoridade Religiosa para responsabilizar estes "homens sagrados" pelo seu incitamento a crimes de guerra? E quando à rede mundial de organizações sionistas internacionais que asseguram milhares de milhões de dólares dos embarques de armas assassinas dos corruptos e covardes Congresso e Executivo dos EUA? Não são eles cúmplices do genocídio previa e posteriormente?
Contudo, é uma mentira flagrante e consciente e uma falsificação afirmar, como alguns falsos críticos à "esquerda", que a "América partilha a responsabilidade" pelos crimes de Israel contra Gaza. Quem pediu ao povo americano para endossar esta carnificina? Quando é que o povo americano organizou um "lobby" para comprar votos no Congresso? Será que o povo americano organizou levantamentos multimilionários de fundos no luxuoso Waldorf-Astoria onde líderes republicanos e democratas eleitos se comprometeram a dar a Israel US$225 milhões adicionais em mísseis e tanques, para reabastecer seu arsenal utilizado na razia de milhares de lares e eliminar famílias inteiras em Gaza? Qualquer investigador sério que olhe para a política interna americana sabe que os presidentes das 52 Principais Organizações Judias Americanas (sic) são cúmplices de Israel nos bombardeamentos terroristas de Gaza. E inquéritos mostram que a maioria dos jovens americanos simpatiza com os direitos dos palestinos...
Haverá alguma cláusula nos processos do Tribunal de Crimes de Guerra de Nuremberg que possa levar a acusações contra os cúmplices além-mar de crimes de guerra? O que dizer acerca de eminente académicos "de esquerda" e jornalistas "progressistas" que encobrem os cúmplices além-mar acusando falsamente a "América" (e implicitamente o povo americano) desta carnificina?
Os laços que prendem
Identificámos um encadeamento ligando a elite política de Israel, seu comando militar e a massa do público israelense directamente a crimes de guerra e genocídio com a cumplicidade material activa de organizações sionistas além-mar. Eles actuam como uma força coesa a afundar-se no sangue e na guerra total contra os palestinos – os habitantes originais e proprietários por direito do que é agora chamado "Israel".
Levanta-se a questão: O que os une neste horrível empreendimento? Que cegueira moral os aflige para que ignorem tantas estantes de livros com os escritos e ensinamentos humanistas de Spinoza, Kant, Babel ou Buber? Serão estas lealdades tribais derivadas dos contos vingança e homicídio do Velho Testamento? Estarão estas expressões de um fanatismo etno-religioso ligadas à busca de um império regional e à pilhagem?
A ideologia racista e sua expressão virulenta tanto nos altos escalões como na "Rua Judia" é generalizada e aberta. Degradar palestinos, enquanto afirmam serem uma raça superior acima das leis do resto do mundo, serve para justificar todos os crimes contra o povo de Gaza. Próxima e distante, esta expressão da "identidade e solidariedade colectiva judia", baseada na superioridade étnico-religiosa sempre ameaçada pelo povo "nativo" inferior e hostil, explica o apoio inflexível de pessoas influentes de topo em Hollywood, professores da Ivy League, intelectuais franceses, pares britânicos e eminentes banqueiros de investimento da Wall Street.
Afinidades ideológicas e lealdades étnico-religiosas à parte, muitos judeus israelenses também têm um importante interesse material em roubar e expulsar o povo da Palestina: Terras palestinas tomadas resultam em nova habitação subsidiada e barata, piscinas só para judeus, urbanizações em terras onde outrora cresciam oliveiras e famílias extensas ali tinham vivido e morrido. Judeus tanto da classe média como da trabalhadora obtêm habitação gratuita; especuladores imobiliários tomam propriedades escolhidas frente ao mar para condomínios de luxo e destinos turísticos. Empreiteiros de construção asseguram contratos lucrativos junto ao estado. A pilhagem constitui uma importante base material para o alto padrão de vida de Israel, muitas vezes mais alto do que o dos palestinos, muito mais alto do que o da população não judia de Israel e mais alto mesmo do que o dos americanos que têm sido forçados a subsidiar o "Estado Judeu" durante quase 50 anos.
Igualmente importante: o assalto de Israel a Gaza serve como um teste no terreno para as suas armas de destruição em massa e sua cúpula (Dome) anti-míssil. Quanto a isto, a carnificina em Gaza serve como um ensaio geral (e uma advertência gráfica) para novas guerras através da região em associação com os EUA e seus clientes. Os mais recentes documentos do analista da NSA Edward Snowden revela que Israel trabalha em conjunto com os EUA por toda a África do Norte, Médio Oriente, Golfo Pérsico, Sul da Ásia e países islâmicos na escolha de alvos e elaboração de planos de guerra... A Grande Israel já não é mais o sonho excêntrico de visionários judeus: está a caminho e seus princípios sangrentos em Gaza prenunciam futuras guerras maiores e mais sangrentas contra a humanidade.
Conclusão
A guerra total de Israel contra Gaza provocou a condenação de milhões de pessoas por todo o mundo, o maior ultraje pelos seus crimes contra a humanidade e apelo a um tribunal internacional de crimes de guerra. Se um tal tribunal viesse a ser convocado, a questão que se levanta de quão longe deveria ser lançada a rede – onde traçar a linha entre líderes, soldados, massas e apoiantes cúmplices além-mar, todos implicam num grau ou noutro? Quantos "cúmplices prestativos" do assassínio em massa deveriam ser investigados e processados?
O horror e a indignação crescente tem isolado Israel da maior parte da espécie humana, incluindo milhares de judeus – mas tem endurecido seus líderes e excitado seu núcleo poderoso de apoiantes influentes, especialmente nos EUA.
Extremistas encarniçados, nas suas luxuosas suites, estão na contra-ofensiva. Importantes produtores de Hollywood denunciam os actores moralmente ultrajados que ousaram criticar os crimes de guerra de Israel em Gaza, etiquetando-os como "anti-semitas" e ameaçando-os com uma vida interna nas listas negras para qualquer novo trabalho no "cinema ou no palco". Poderosas organizações sionistas, não só asseguram a oposição dos EUA a qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando crimes de guerra israelenses como aprovações unânimes (100%) no Congresso e na Casa Branca e uma "verba de emergência" de mais de US$250 milhões de dinheiro do contribuinte para reabastecer Israel com as bombas e mísseis que despejou sobre o povo de Gaza. Os elementos da linha dura, que falam pelos presidentes das 52 Principais Organizações Judias Americanas, não afrouxaram no seu apoio à carnificina de Israel, mesmo em face das centenas de milhares de manifestações por todo o mundo em apoio aos direitos do povo da Palestina. Os da linha dura exibem abertamente seu apoio cego aos crimes de guerra de Israel. Estes fanáticos estão convencidos de que todo crítico dos crimes de guerra de Israel, cristão, muçulmano, hindu, judeu ou ateu, é um anti-semita, um pervertido ou terrorista a ser censurado ou esmagado! No interior do bunker sionista há um reforço rígido da lealdade a Israel, ao passo que do lado de fora, há o suave despejar de propaganda que minimiza os crimes de guerra de Israel e negações veementes de cumplicidade além-mar com o genocídio.
Epílogo: Um diálogo entre sionistas
O sionista de direita diz para o de esquerda: "Crimes ao serviço do Grande Israel são virtudes". O de esquerda responde: "Há crimes mas em última análise a América é a responsável".
Um arguto velho observador sionista comenta com aprovação: "É a nossa divisão de trabalho: os sionistas de direita defendem Israel e os sionistas de esquerda confundem seus críticos".
Gaza's Children: The Psychological Trauma of Catastrophe
O original encontra-se em petras.lahaine.org/?p=1998
O original encontra-se em petras.lahaine.org/?p=1998
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