CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Mumia Abu-Jamal: Novo recurso recusado pelo Supremo Tribunal Federal dos EUA

No passado dia 6 de Outubro, o Supremo Tribunal Federal dos EUA rejeitou um recurso interposto pelo preso político norte-americano Mumia Abu-Jamal, para que fossem ouvidas duas novas testemunhas. Este recurso já tinha sido rejeitado a nível local (Filadélfia, 2005) e estadual (Pensilvânia, Fevereiro 2008).

O jornalista negro Mumia Abu-Jamal foi condenado à morte em 1982, num julgamento amplamente considerado injusto, pela morte de um polícia, um crime que Mumia sempre negou ter cometido. Do veredicto e das declarações da acusação ficou claro que Mumia foi condenado pela sua militância política. Ele tem permanecido há mais de 26 anos no corredor da morte do Estado da Pensilvânia, apesar das múltiplas provas a seu favor que entretanto foram surgindo e que mostram claramente que o julgamento foi forjado.

Uma das testemunhas, Kenneth Pate, é meio-irmão da guarda Priscilla Durham que declarou no julgamento ter ouvido Mumia confessar ser o autor da morte do polícia. Pate veio entretanto a público dizer que Priscilla lhe confessara ter mentido nesse depoimento e lhe descrevera o ambiente no hospital, com Mumia ensanguentado e rodeado de polícias a dizerem “Deixem-no morrer”. Esse depoimento de Priscilla sobre a suposta confissão de Mumia (que serviu para o condenar) sempre foi suspeito por ter surgido apenas dois meses depois dos acontecimentos e por também haver um depoimento de um polícia de que “o preto não fez comentários” (este depoimento escrito foi um dos muitos que foram escondidos do tribunal).

A outra testemunha é Yvette Williams, que declarou ter estado na prisão com Cynthia White depois da morte do polícia. Cynthia White foi a principal testemunha da polícia, apesar de não haver nenhum registo da sua presença no local. No seu depoimento, Yvette descreve como a polícia forçou Cynthia (uma prostituta em apuros) a depor que vira Mumia matar o polícia e a alterar por várias vezes o seu depoimento.

Estes dois novos depoimentos, são os últimos de uma longa série de novas provas surgidas a público depois do julgamento, incluindo fotografias do local do crime que mostram um cenário diferente do descrito pela polícia e dezenas de outras provas de que o julgamento foi uma farsa. Outros recursos interpostos pelos advogados de Mumia ainda estão pendentes em tribunais estaduais e federais.

10 de Outubro de 2008

LIBERDADE PARA MUMIA ABU-JAMAL E TODOS OS PRESOS POLÍTICOS!

Colectivo Mumia Abu-Jamal
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