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A manifestação do passado dia 12 de Outubro, convocada por uma plataforma de grupos e colectivos, entre os quais o CMA-J, decorreu num ambiente de grande entusiasmo e combate. Mais de mil pessoas juntaram-se às 15 horas no Largo do Martim Moniz, para depois atravessarem a baixa de Lisboa, rumo ao Terreiro do Paço. Do Martim Moniz, a manifestação passou à Praça da Figueira, entrou pela Rua da Betesga no Rossio, deu a volta a toda a praça e saiu pela Rua Áurea, que percorreu até ao fim, até chegar à Praça do Comércio.
Apesar da forte chuvada que fustigou grande parte do percurso, ninguém mostrou sinais de desistir, percorrendo as ruas e entoando bem alto palavras de ordem contra o Pacto Sarkozy e a vaga xenófoba, pela legalização de todos os indocumentados e contra a Europa-Fortaleza. Completamente encharcados quando chegaram ao Terreiro do Paço, altura em que a chuva abrandou, os manifestantes voltaram a agrupar-se no meio da praça para ouvirem as intervenções.
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Entretanto, assim que a chuva o permitiu, foi montada no chão uma grande instalação artística que representava a Fortaleza-Europa e os mares à sua volta, juncados dos cadáveres de seres humanos que a tentaram alcançar na sua luta pela sobrevivência, mas que acabaram assassinados nos múltiplos obstáculos colocados à sua entrada. Foi uma importante denúncia dos crimes desta Europa que permite a livre circulação do capital e dos seus agentes, mas que rechaça aqueles que, em busca de melhores vidas, saem das suas terras natais, devastadas pelo saque dos mesmos países ocidentais que agora os rejeitam.
O CMA-J esteve presente com várias faixas, integrado num bloco que incluía várias associações amigas (ver fotos).
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