Em anexo juntamos artigos vindos no Diário da Liberdade acerca dos recentes atentados em Paris, com os quais concordamos pelo que se divulga...
Vários ataques ao longo da tarde e noite parisiense figérom 128 vítimas mortais nesta sexta-feira e deixárom 80 pessoas à beira da morte.
Umha sucessom de tiroteios com armas automáticas e explosons de bombas em diferentes pontos da capital francesa provocárom um número de vítimas ainda indeterminado, que nom parou de crescer ao longo da tarde e da noite.
O maior número de vítimas terá acontecido na sala de festas Bataclan, onde umhas 100 pessoas retidas como reféns por dous membros de um comando fôrom executadas antes de os assassinos serem também mortos por disparos da polícia francesa. Segundo testemunhos dos ataques na Rádio Galega, um dos atacantes gritou: "Vós matastes nossos irmaos na Síria, agora nos vimos ao vosso país para matar-vos a vós".
Polo menos duas bombas, provavelmente ativadas por sucididas no centro de Paris, terám feito também um número indeterminado de mortes, bem como o tiroteio de locais públicos, nomeadamente restaurantes, enquanto a seleçom francesa de futebol jogava com a alemá no "Estádio de França", de onde o presidente Hollande tivo de ser evacuado num helicóptero militar.
Ao total, o número oficialmente reconhecido é de 128, mas as 80 pessoas que nestes momentos estám à beira da morte provavelmente virám aumentar esses números. 8 pessoas atacantes resultárom também mortas.
Umha situaçom de medo alastrou pola capital francesa à medida que se conheciam novos ataques e vítimas mortais, com o exército espalhado polas ruas e as fronteiras fechadas por ordem do presidente. Também foi declarado o estado de emergência, o que nom acontecia em França desde a guerra da Argélia. O país tem o acordo Schengen - que permite a (mais ou menos) livre circulaçom de pessoas no interior da Uniom Europeia - suspens, mas isso era já previsto precisamente entre 13 de novembro e 11 de dezembro, em relaçom à Cimeira do Clima que acontecerá em Paris no início de dezembro. O exército foi disposto por todo o território francês. O estado de emergência facilita à polícia realizar detençons, mesmo sem autorizaçons judiciais.
Independentemente do curto prazo, no médio e longo prazo o acontecido em Paris vai ser usado, provavelmente, polas autoridades burguesas francesas e europeias para dar um passo em frente face ao estado policial e pola direita extrema europeia para acelerar, mais ainda, o seu crescimento.
Um acampamento de pessoas refugiadas provenientes de vários países africanos - Sudám, principalmente - em Calais, a conhecida como 'Selva' de Calais, sofria um incêndio que, de partida, foi atribuído a umha vingança fascista. No entanto, segundo vários meios entre os quais TeleSur, o fogo no acampamento nom terá relação com os ataques em Paris e sim terá acontecido já na noite de quinta para sexta-feira passadas. No incêndio nom houvo vítimas mortais entre essas 6,000 pessoas que moram em condiçons subumanas no coraçom da Europa.
ISIS reivindica os ataques
O principal grupo terrorista que dirige a guerra contra o governo sírio, o chamado Estado Islámico, terá reivindicado os ataques de Paris, segundo a agência ANSA, anunciando próximos episódios similares noutras capitais da Europa.
Por seu turno, Nicolas Sarkozy apelou a umha resposta em chave bélica ao que considera "declaraçom de guerra contra França", com umha declaraçom "a quente" que lembra a do presidente norte-americano George W. Bush logo a seguir aos ataques às torres gémeas, que dérom passagem à invasom do Iraque.
Será que França e outras potências imperialistas procuram argumentos para a intervençom guerreirista aberta na Síria? Provavelmente essa e outras incógnitas colocadas polos mais recentes ataques de Paris irám ter resposta em breve prazo...
Quem se beneficia com os atentados em Paris ?
A super policiada cidade de Paris foi atingida, nesta sexta-feira à noite, por sete atentados terroristas que deixaram um saldo de mais de uma centena de mortes e mais de duzentos feridos.
Além do Estádio da França, onde acontecia o jogo amistoso entre as seleções da Alemanha e da França, foram atingidos outros locais que, normalmente, não seriam alvos, como um restaurante na Rua Alibert.
A casa de espetáculos Bataclan, onde mais de 100 pessoas eram mantidas reféns por pretensos terroristas, foi invadida pela polícia deixando um saldo de, pelo menos, 70 mortos.
O presidente francês, François Hollande, do PSF (Partido Socialista), declarou o estado de emergência nacional e fechou as fronteiras.
Estes atentados aconteceram no mesmo ano, e nos mesmos moldes, dos atentados terroristas contra a revista ligada à extrema-direita, Charlie Hebdo, do início deste ano. Segundo as informações oficiais, divulgadas pela imprensa burguesa, os responsáveis, por ambos atentados, teriam ligações com os militantes islâmicos radicais que atuam no Oriente Médio. Mas, da mesma maneira que aconteceu com vários outros atentados terroristas, como os do 11 de setembro de 2001, as evidências que apareceram nos vídeos parecem desmentir as versões oficiais. No caso Hebdo, os terroristas gritaram “Allah Akbar!”, ou “vingadores de Mohammed”, e falaram, em bom francês, que eram membros da Al-Qaeda. Mas eles, ao invés de destruírem os materiais da Revista, que eram muito ofensivos, se dedicaram a matar pessoas e até a disparar contra um policial que estava ferido no chão. Sem terem completado o objetivo e sem mostrar interesse em se tornar mártires, os terroristas fugiram rapidamente da polícia. Esses “militantes” demonstraram conhecimento militar e não estavam vestidos como jihadistas, mas como comandos militares.
Consequência 1: fortalecimento da extrema-direita
A Frente Nacional continua se fortalecendo eleitoralmente, com a possibilidade de ganhar num distrito e ainda de passar ao segundo turno nas próximas eleições que acontecerão em 2016.
A crise do regime político aumenta na França, na Europa e em escala mundial conforme a crise capitalista avança. Na Alemanha, o grupo nazista reciclado AfD tem capitalizado a crise do governo de Grande Coalizão de Angela Merkel sobre a questão dos refugiados.
O Partido Socialista Francês se encontra em franca crise e sob a pressão dos monopólios que, perante a queda dos lucros, exigem a adoção de medidas mais duras tanto em relação à política doméstica como em relação à política exterior.
Os atentados contra a Revista Charlie Hebdo foram usados pela Frente Nacional para impulsionar uma campanha contra os imigrantes, principalmente, contra os que têm como origem as ex-colônias francesas do norte da África e os do Oriente Médio. A nova extrema-direita europeia tenta se distanciar do fascismo “clássico”, mas basta trocar imigrante islâmico para judeu que as diferenças ficam muito pequenas.
O ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, tenta impulsionar a reciclagem do direitista UMP (União por um Movimento Popular), que foi rebatizado como “Os Republicanos”. Sarkozy derrotou a ala de extrema-direita que atuava dentro da UMP, liderada por Jean-François Copé. Mas, da mesma maneira que tentou fazer em 2012, quando foi derrotado por François Hollande do PSF, agora ele mesmo tenta se apoderar de algumas das bandeiras da extrema-direita.
Em 2012, a burguesia imperialista apostou na saída social-democrata. Após Hollande ter vencido as eleições presidenciais, o PSF ganhou a maioria no Parlamento. Hollande tentou colocar em prática uma política de “crescimento”, mas acabou desistindo rapidamente, devido ao grau da crise, e ele mesmo se tornou um dos líderes da chamada “austeridade”. Perante a pressão dos monopólios, no mês de abril do ano passado, Hollande empossou o elemento da ala direita do PSF e então ministro do Interior, Manuel Valls, como primeiro-ministro. Desde lá, os ataques contra os trabalhadores têm escalado, embora ainda não na medida que a burguesia gostaria.
Consequência 2: mais repressão interna
No mês de agosto de 2015, o Parlamento francês aprovou uma lei antiterrorista que permite ao governo investigar os cidadãos franceses da mesma maneira que o faz a NSA (Agência Nacional de Segurança) norte-americana. A resistência contra a aplicação da Lei tem sido muito grande, da mesma maneira que o tem sido contra os ataques que tentam liquidar com o chamado “estado de bem-estar social”. É evidente que esses ataques terroristas servem para criar o clima favorável para aplicar essa Lei, exatamente que foi feito durante a Administração de George Bush Jr. em 2001, com o chamado Ato Patriótico, a partir do qual o imperialismo norte-americano passou a impor a aprovação de leis antiterroristas similares em escala mundial.
A democracia tem um caráter de classe e está a serviço da classe que está no poder. A democracia burguesa atual está a anos luz da democracia do século XIX. É uma democracia cada vez mais fascistoide, que ataca em cheio os direitos e liberdades mais elementares.
Na Europa, até os governos mais direitistas europeus são muito mais tolerantes em relação às liberdades democráticas que as caricaturas de democracia que temos na maioria dos países da América Latina, e nos demais países atrasados, a começar pelo Brasil. E o objetivo é justamente aumentar o aperto geral contra as massas.
O Conselho de Defesa, presidido por Hollande, rapidamente aprovou o reforço dos controles para conter a ação dos terroristas franceses que estão retornando do Oriente Médio. De um suposto total de 1.800, 300 já teriam retornado.
Por meio da criação de uma comoção social, o objetivo é provocar uma divisão sectária entre os muçulmanos franceses e não-muçulmanos. No caso do Charlie Hebdo, que tinha se tornado um especialista em provocações anti-muçulmanas, a manobra foi impor a condenação do ataque sem mais, pois isso levaria os muçulmanos da França a ficarem a reboque da política xenofóbica (ódio aos estrangeiros) da Revista ou a colocarem como cúmplices dos assassinos. Agora, o objetivo é facilitar a imposição da Lei Antiterrorista, os ataques contra o “estado de bem-estar social” e o aumento das ações militares do imperialismo francês no exterior.
Ações similares têm sido bastante comuns, além dos atentados contra as Torres Gêmeas de 2001. Essa política se acentuou na década de 1990 com a guerra imperialista contra a antiga Iugoslávia. Na própria França, os serviços de inteligência fizeram testes de certas drogas sobre a população civil e apoiaram a organização terrorista OAS para tentar assassinar o então presidente Charles de Gaulle.
Em 6 de Fevereiro de 2014, os ministros do Interior da Alemanha, dos Estados Unidos, da França, da Itália, da Polónia e do Reino Unido estabeleceram que o retorno dos “jihadistas” europeus era uma questão de segurança nacional.
A chamada “guerra ao terror” representa uma cobertura para favorecer os lucros da guerra do monopólios, a começar pelo chamado complexo industrial-militar, do qual participam, em alguma medida, todas as grandes empresas. A propaganda demagógica diz que o objetivo seria “libertar” a humanidade da ameaça do “terrorismo”.
No Brasil, que não vive numa ilha da fantasia, mas que se encontra num continente controlado a ferro e fogo pelo imperialismo norte-americano, acabou de ser aprovada uma lei-antiterrorista. E quem é o alvo? O praticamente inexistente terrorismo ou os movimentos sociais? Os terroristas ou os trabalhadores que deverão entrar em movimento no próximo período contra a crise capitalista?
Consequência 3: Oriente Médio
Um dos componentes fundamentais dos atentados terroristas é favorecer uma ação mais ampla para “combater o terrorismo” na “fonte”, no Oriente Médio e no Sahel, a região localizada ao sul do Deserto do Saara.
O imperialismo busca atuar de maneira mais contundente no Oriente Médio devido à necessidade de controlar o petróleo e o gás, e evitar o avanço “exagerado” da Rússia, da China e do Irã. Também está em jogo a construção e operação de vários gasodutos que levam e levarão gás à Europa; o lucrativo negócio da venda de armas e equipamentos de segurança; o controle do tráfego de drogas, tanto na produção (Afeganistão) como no transporte a partir do Sudeste Asiático.
O chamado Novo Caminho da Seda Chinês deverá facilitar o comércio entre a China e a Europa por meio de rotas mais rápidas e diversas. Vários países da Ásia e do Oriente Médio, fornecedores de matérias-primas, serão incluídos. O imperialismo francês, por meio de uma atuação mais forte na região, poderá abocanhar uma fatia maior do bolo.
A aliança entre a China e a França, alinhada com a política de Obama para o Oriente Médio, não implica na inexistência de contradições. Por causa do aprofundamento da crise capitalista mundial, as alianças têm se tornado cada vez mais fluídas, uma espécie de política de “salve-se quem puder” num ninho de cobras, um vale tudo para salvar os lucros dos monopólios. E vale lembrar que por trás do imperialismo francês se encontram os alemães, com quem atuam em estreita frente única desde o final da Segunda Guerra Mundial. Ambos enfrentam o acelerado aprofundamento da crise capitalista.
Até o momento, o acirramento das contradições têm acontecido entre as potências imperialistas e as potências regionais. Para o próximo período, está colocado o acirramento das contradições entre as potências imperialistas, principalmente se a crise levar alas da extrema-direita ao poder. O Oriente Médio é um dos palcos onde o imperialismo norte-americano alocou um imenso poderio militar, mas também onde as contradições sempre, na história, têm escalado.
O Estado Islâmico, e até a al-Qaeda, aparece como um grupo relativamente inofensivo comparado à ação das potências imperialistas e da reação do Oriente Médio, uma cobertura para as ações dessas potências na região.
Hoje, a chamada operação Chammal, da França no Oriente Médio, conta com 12 caças bombardeiros, baseados nos Emirados Árabes Unidos e na Jordânia. Há também uma fragata e mais de mil soldados e marinheiros. No início deste mês, Hollande ordenou a entrada em ação do porta-aviões Charles de Gaulle e de vários outros navios de guerra. Agora, como a maioria dos atacantes teriam sido guerrilheiros islâmicos na Síria, o governo francês deverá ampliar a atuação “preventiva” na Síria e no Iraque.
Os interesses do imperialismo francês não se restringem ao Oriente Médio. No chamado Sahel, as operações dos franceses tem como eixo o Mali, onde atuam com três mil soldados, 200 blindados, seis caçabombardeiros, dez aviões de transporte e três drones. E se estende aos países vizinhos. A França depende dessas antigas colônias para o fornecimento de matérias-primas vitais como urânio, em primeiro lugar, do qual depende a indústria nuclear francesa. O urânio existe fundamentalmente no Níger, um país vizinho do Mali e altamente desestabilizado pela crise neste país.
Pelo interesses envolvidos e pela ação dos principais partidos ligados ao regime político francês é perceptível que os atentados tiveram por trás os interesses dos monopólios que buscam desesperadamente salvar os lucros da crise passando a conta para os próprios trabalhadores e para os povos oprimidos.
Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.
Ações do “
Rise Up October” em Nova Iorque dizem: Fim ao terror policial!
26 de outubro de 2015. Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar.
O seguinte artigo baseia-se principalmente em artigos da edição de 26 de outubro do Revolution
(revcom.us), jornal do Partido Comunista Revolucionário, EUA.
Três dias de ações para exigir o fim do terror policial terminaram com uma manifestação de milhares de pessoas a 24 de outubro pelas ruas de Manhattan. Os manifestantes gritaram “Fim ao terror policial!” e puseram às pessoas de toda a sociedade norte-americana a pergunta: “De que lado estás?” – do lado do estado e da polícia que o serve, ou do lado dos mais de 875 afro-americanos, latino-americanos, nativos americanos e outras pessoas que a polícia matou até agora este ano – cerca de três por dia.
As ações começaram a 22 de outubro na Times Square, o centro simbólico de Nova Iorque. Mais de 30 familiares e representantes de pessoas cujas vidas foram roubadas pela polícia participaram numa concentração onde artistas, intelectuais proeminentes e outras vozes de consciência leram os nomes de milhares de pessoas assassinadas pela polícia durante a última década. Os familiares contaram as histórias das vítimas e entregaram a sua presença moral e física ao projeto No More Stolen Lives/Say Their Name [Não Mais Vidas Roubadas/Digam os Nomes Deles].
Nessa tarde, várias centenas de pessoas concentraram-se e marcharam pelo município nova-iorquino de Brooklyn para marcar o Dia Nacional de Protesto pelo Fim da Brutalidade Policial, da Repressão e da Criminalização de Uma Geração, uma campanha em progresso iniciada há 20 anos. Entre elas estavam familiares de pessoas mortas pela polícia em Nova Iorque e noutras cidades e estudantes do ensino secundário. Um estudante disse: “Isto é algo em que eu não tinha pensado muito, mas que devia, é um enorme problema”. Um outro disse: “O que está a acontecer aos negros é genocídio”. Também havia estudantes universitários e muitas outras pessoas, entre as quais um grupo de pessoas que vieram juntas de uma agência de serviço social que trabalha com pessoas com SIDA e com os sem-abrigo. Cerca de meia dúzia de pessoas transgénero vieram em grupo. Havia uma faixa que expressava solidariedade com a luta do povo palestino.
Outras ações do Dia Nacional de Protesto tiveram lugar em Chicago, Cleveland, Seattle, Los Angeles e Houston, entre outras cidades de que há relatos até agora.
A 23 de outubro, cerca de cem manifestantes juntaram-se a 17 pessoas que tinham bloqueado a entrada da infame prisão da Ilha de Rikers, “uma câmara de tortura e uma prisão de devedores” onde milhares de pessoas são detidas durante meses e anos – uma média de
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| Eve Ensler, Carl Dix, Cornel West e Quentin Tarantino com familiares de vítimas na manifestação de 24 de outubro. (Foto: twitter.com/tuneintorevcom) |
14 mil pessoas a cada noite – frequentemente porque não conseguem pagar uma fiança em dinheiro para serem libertadas enquanto estão à espera de julgamento por delitos menores. Eles gritaram “Rikers, Rikers, fechem isto” e o nome de Kalief Browder, um jovem de 16 anos que foi mantido em prisão solitária durante mais de dois anos por supostamente ter roubado uma mochila. Torturado pelos guardas, ele cometeu suicídio depois de ter saído da prisão. À frente das pessoas que faziam o protesto estavam fotos ampliadas de pessoas assassinados pela polícia, entre as quais 11 que morreram na Ilha de Rikers.
A manifestação do dia seguinte através de Manhattan começou com uma concentração na baixa da cidade. Carl Dix, representante do Partido Comunista Revolucionário e co-iniciador do “Rise Up October” [Levanta-te em Outubro] (juntamente com Cornel West), liderou a multidão gritando: “Sou um revolucionário!” West disse à multidão: “Façamos tudo o que pudermos para pôr fim ao horror da polícia a assassinar o nosso povo. E depois façamos ainda mais porque temos de pôr fim a isto.”
West, um proeminente teólogo, ativista e revolucionário cristão, como ele se autointitula, desafiou as pessoas: “Quando se ama as pessoas, odeia-se que elas estejam a ser maltratadas!” A dramaturga Eve Ensler (autora de Os Monólogos da Vagina) declarou: “Eu estou cansada de viver num país onde a violência do estado criou um estado de terror para as pessoas negras e castanhas, isto é inaceitável!”
Um grande número de familiares e representantes de vítimas de assassinatos policiais encabeçou milhares de outras pessoas à medida que marchavam pelo bairro residencial. Ao longo do percurso, partilharam a dor e a indignação deles e desafiaram todas as pessoas a
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| Carl Dix fala na concentração de 24 de outubro. (Foto: Eino Sierpe) |
lutar. As pessoas desafiaram os ataques da polícia, que prendeu cinco pessoas perto do final da manifestação. Um contingente de várias centenas de jovens e outras pessoas levou a mensagem à Times Square. Seis deles foram presos.
O contingente #Say her name! [Diz o nome dela!] levava cartazes de mulheres assassinadas pela polícia e pelas autoridades prisionais. Fotos dos rostos de pessoas assassinadas pela polícia estavam por todo o lado, em cartazes e faixas – apelando à justiça e ao fim do horror. Os unitários exigiram justiça e os ativistas LGBT denunciaram a sádica brutalidade policial contra as pessoas transgénero. Havia uma impressionante mistura de todas as nacionalidades e de representantes de pessoas de todo o mundo. Havia um mar de cartazes: “Levanta-te! Fim ao terror policial!” O Clube Revolução apelou e serviu de exemplo do slogan “Combater o poder e transformar as pessoas, pela revolução.” Um grito irrompeu para cima e para baixo na 6ª Avenida: “Acusem, condenem, mandem os polícias assassinos para a prisão, todo o maldito sistema é culpado como o diabo.”
Vieram estudantes de todo o país. Um estudante de pós-graduação e professor disse ao Revolution: “Eles estão a matar os meus estudantes com um genocídio lento”. Vieram jovens e outras pessoas de comunidades de oprimidos, do leste, do sul e do centro, bem como de Nova Iorque. Um exemplo: um contingente de Waukegan, Ilinóis, representando a luta pela justiça para Justus Howell, um jovem de 17 anos assassinado pela polícia em abril passado, atingido duas vezes nas costas, e para todas as vítimas de assassinatos policiais.
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| Aspecto da manifestação de 24 de outubro. (Foto: revcom.us) |
Os Universalistas Unitários (um grupo protestante) vieram da zona abastada do Upper West Side de Manhattan. Um contingente marchou partindo da igreja do Holy Ghost Upper Room Filling Station Ministry, na comunidade oprimida de Jamaica, Queens. Membros da Igreja Episcopal de St Mary, em Manhattanville, Nova Iorque, levavam uma faixa que declarava: “Não temos medo!” O realizador Quentin Tarantino disse: “Quando vejo um assassinato, não posso ficar quieto”.
No final da manifestação, Dix declarou: “Vocês devem sentir-se bem em relação ao que fizeram, mas não tão bem que estejam prontos a ir para casa, a darem palmadinhas nas vossas próprias costas e a regressarem à vida normal, porque o normal é a polícia a assassinar pessoas, sobretudo pessoas negras, latino-americanas e nativos americanos. Temos vindo a agir para acabar com isto e vamos avançar a partir de hoje.”
West e Dix apelam agora à organização de reuniões de planeamento de mais ações contra os assassinatos policiais, incluindo em três datas no fim de novembro e início de dezembro. “Irmãos e irmãs, companheiros resistentes”, diz o comunicado deles, “Você são magníficos. Vocês ergueram as vossas costas e podem inspirar milhões de outras pessoas. O espírito do Rise Up October tem de continuar a avançar – e esse espírito precisa de se tornar manifesto na luta e na organização.”