CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Notícias das prisões

Algumas notas da ACED sobre episódios que ocorrem diariamente nas prisões
 
23 de Maio de 2014

Pedido de defesa da sua integridade: pedido de transferência contra práticas abusivas
Marco André Santos Caeiro, está preso no Linhó há dois anos e meio e tem 23 anos. Queixou-se á  ACED de estar a ser mal tratado por perseguião por parte de alguns guardas. A famí­lia entretanto já deixou de ir ás visitas, dado o incómodo que a pressão exercida pelos guardas lhe provoca: olhares ostensivos e sinais de reprovação com a cabeça na direção do recluso na presença da família são sentidos como ameaças.
Os castigos sucedem-se. Agora foi anunciado um castigo de 16 dias em cela disciplinar que, ao conhecimento do recluso, pode significar a submissão a actos de tortura (espancamento ou outros). Teme pela sua integridade fí­sica e pergunta o que se passa com o se pedido de transferência.
A famí­lia, para ajudar, foi à Direcão Geral perguntar o que se passa com o seu pedido de transferência. Foi-lhes dito que estavam a aguardar o processo que deve chegar do Linhó . Pelo modo como a informação nos chegou, tememos que esta informação possa ter sido um modo de despachar a famí­lia, que sem prática de burocracias, fica perdida nas palavras dos funcionários.
Marco queixa-se de haver contradições (histórias diferentes e incompatíveis entre si) no caso que justifica o seu anunciado castigo. Provavelmente será incapaz de se defender. Mas percebe que a perseguição que sabe estar a ser alvo está a intensificar-se. Teme que a situação se degrade de forma descontrolada.
Pede-se, a quem de direito, que assegure a segurança deste recluso e que fará parar os maus-tratos.

23 de Maio de 2014
Reclusos reclamam contra comida estragada (Sta Cruz do Bispo)
 
Provocação a reclusos na cadeia de Vale de Judeus (pedido dos reclusos)
 
O MP do tribunal do Cartaxo organizou a audição de reclusos estrangeiros queixosos de maus tratos sofridos em Vale de Judeus. Como se referiu em of'í­cio anterior, alguns dos declarantes não prestaram declarações por entenderem dever testemunhar perante um procurador, dado o melindre da situação. Temem a banalização das declarações e as perseguições que se podem seguir. E nas circunstâncias que lhes foram apresentadas preferiram não falar.
A ACED relembra que o Comité de Prevenção da Tortura do Conselho da Europa, em tomada de posição recente, refere em Portugal não haver possibilidade de queixa dos reclusos a respeito das situações carcerárias a que estão sujeitos. O episódio em causa pode ajudar a confirmar que o estado português entretanto €“não terá evoluí­do no sentido desejável.
Os reclusos que decidiram, apesar das condições adversas e ilegais, prestar declarações viveram o desrespeito humilhante partilhado entre guardas prisionais presentes no acto e a oficial de diligências encarregada de registar as queixas.
Os reclusos em causa pediram à  ACED para dirigir ao PRG do Cartaxo o pedido de criação de condições para que todos e cada um fosse ouvido por um procurador e sem a presença de guardas prisionais.  
A ACED informa quem de direito do ocorrido. Pede uma intervenção que se entenda adequada.

Sem comentários:

Etiquetas

Arquivo