CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Avigdor Lieberman em Lisboa.
Sócrates e Amado recebem um símbolo do apartheid.

Comunicado do comité Palestina de repúdio pela presença de simbolo do nazi-sionismo.


"O Comité de Solidariedade com a Palestina manifesta o mais vivo repúdio pela
visita a Lisboa de Avigdor Lieberman, ministro israelita dos Negócios
Estrangeiros e figura de proa do partido da extrema-direita Israel Beitenu.

Raia a provocação que o Governo de Portugal e, nomeadamente, o Ministro dos
Negócios Estrangeiros de Portugal recebam esta visita depois de o Estado
português ter condenado os crimes de guerra israelitas contra a Faixa de
Gaza por ocasião da votação do relatório Goldstone e sabendo-se que Israel
prossegue a sua política colonialista de apartheid e de ocupação da
Palestina, que persiste nas suas acções de limpeza étnica contra os árabes
israelitas que vivem no seu território e contra os palestinianos nos
territórios ocupados, que desrespeita, com a arrogância que se lhe conhece,
os mais elementares Direitos Humanos e o Direito Internacional, que se
recusa insolentemente a observar as inúmeras Resoluções quer do Conselho de
Segurança quer da Assembleia Geral das Nações Unidas, que persegue e pune os seus próprios cidadãos israelitas que não se conformam com a política de
terror contra o Povo Palestiniano indefeso, que se afirma, com toda a
hipocrisia, como a única «democracia» do Médio Oriente.

Duplamente escandalosa é a recepção dispensada a Lieberman, precisamente
quando o parceiro israelita do PS, o Partido Trabalhista, rompe com o
Governo e com o seu ex-líder Ehud Barak porque, mesmo para o sionismo
militante dos trabalhistas, já se tinha tornado indigesto o estilo do
Governo de extrema-direita – intratável, ultimatista e inconveniente nos
areópagos internacionais.

É certo que Lieberman passa em Portugal no regresso duma visita à
Grã-Bretanha e que não foi aí recebido como um pária da diplomacia
internacional (bem ao contrário da sua antecessora no cargo, a ex-ministra
Tzipi Livni, que tivera de cancelar uma visita a Londres por pender contra
ela um mandato de captura, devido aos crimes de guerra de que era
co-responsável na agressão contra a Faixa de Gaza). Mas é só uma questão de
tempo até que os crimes de Lieberman, o falcão, comecem a ser tão
investigados e conhecidos como os de Livni, a “pomba”. Alguns deram já azo a
ondas de indignação em todo o mundo, como o assassínio no Dubai do dirigente do Hamas, Mahmoud al-Mabhouh, com passaportes falsificados de vários outros países; ou como a mortífera acção de pirataria israelita contra a “Flotilha da Liberdade”, em águas internacionais.

Concluímos portanto sublinhando que está a ser recebido em Lisboa um
criminoso da guerra suja da Mossad e um falsário internacional de grande
calibre, no mesmo dia em que o Peru anuncia reconhecer o Estado palestiniano
nas fronteiras de 1967, e num lapso de poucas semanas em que os principais
países latino-americanos, incluindo o Brasil, se sucedem a dar esse passo
simbólico. A diplomacia portuguesa anda em más companhias e em contra-mão das tendências da diplomacia mundial.

Comité de Solidariedade com a Palestina

Lisboa, 25 de Janeiro de 2011"

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