Terminou a noite passada o Festival Musicas do Mundo em Sines, contou com a presença da banda musical Balkan Beat Box, onde pontuam emigrantes israelitas a viverem nos Estados Unidos . Independentemente da visão destes músicos têm sobre o genocídio na Palestina, o facto é que no decorrer do Concerto apareceram faixas de pano, cartazes e bandeiras da Palestina , gritando-se contra o massacre e apelando ao boicote a Israel. O concerto , último no Castelo de Sines estava cheio, com largos milhares de pessoas.
Esta acção de algumas dezenas de activistas, suscitou desde logo o apoio de quem estava a assistir ao espectáculo obrigando os músicos a apelarem á Paz e ao termo das acções militares. O Concerto terminou com as palavras PEACE ! PEACE ! PEACE !
Concerto
STOP AO MASSACRE EM GAZA
BOICOTE A ISRAEL
Domingo, 27 julho, 21h - Largo do Intendente
com
Omiri - Hezbo MC - LBC Soldjah - Bandex - Francisco Fanhais - Flak - Manuel João Vieira - Gazua - King Mokadi - Marco Rodrigues - Ricardo Parreira (guitarra portuguesa)
Noam Chomsky sobre o genocídio sionista de Israel em Gaza:
“É um assassínio!”
“É um assassínio! A incursão e o bombardeamento de Gaza não são para destruir o Hamas. Não se trata de parar o lançamento de mísseis sobre Israel, não se trata de alcançar a paz.
A decisão de Israel de lançar a morte e a destruição em Gaza, o uso de armas letais do campo de batalha moderno contra uma população civil indefesa, é a fase final de uma campanha de décadas para limpar etnicamente os palestinianos.
Israel utiliza sofisticados aviões de ataque e tanques de guerra para bombardear densamente acampamentos de refugiados, escolas, edifícios de apartamentos, mesquitas e bairros baixos para atacar uma população que não tem força aérea, nem defesa aérea, sem marinha, sem armas pesadas, nenhuma unidade de artilharia, sem armamento mecanizado, sem nenhum comando no controlo, nem exército... e chama a isso guerra. Não é uma guerra, é um assassínio.
Quando os israelitas nos territórios ocupados agora afirmam que têm de se defender, estão a defender-se no sentido em que qualquer ocupante militar tem de defender-se da população que está a oprimir. Não é possível defender-se quando se está a ocupar militarmente uma terra alheia. Isso não é defesa. Chamem-lhe como quiserem, não é defesa.
Julguem vocês próprios pelas imagens que não divulga a imprensa ocidental.”
Publicado em 12.7.2014 em Tercera Información:
Traduzido do castelhano pelo CSP
Comunicado do Comité de Solidariedade com a Palestina com o qual nos indentificamos, partilhando a convocatória de uma iniciativa de rua contra a política terrorista do estado de Israel .
O método não é novo: de cada vez que o governo de Israel se sente pressionado internacionalmente, ou o povo palestiniano se une para determinar o seu caminho, procura um pretexto para lançar uma onda de violência sobre a população palestiniana. Os pretextos são, com frequência, acções atribuídas ao Hamas, neste caso, o rapto e assassinato de três colonos, acusação rejeitada por esta organização.
A violência e a morte intensificou-se nos últimos dias, em nome de um direito de "retaliação". Embora a imprensa repita, sem questionar, essa versão, sabemos que se trata, na verdade, de crimes de guerra perpetrados por uma potência ocupante.
O governo português, como tantos outros, tem-se calado perante mais este massacre contra o povo da Palestina ocupada. Cabe-nos a todos pressionar o governo para que tome posição contra os crimes de guerra de Israel e contra o terror imposto pelas forças de ocupação.
Por isso, várias organizações, entre as quais, o Comité de Solidariedade com a Palestina apelam a uma
CONCENTRAÇÃO SEGUNDA-FEIRA 14 de Julho, às 18 HORAS
NO ROSSIO, EM LISBOA
GENERAL DESCRIPTION OF THE PORTUGUESE PENITENTIARY SYSTEM
Portugal has 51 prisons of different types: 15 penitentiaries (“central prisons”, normally larger ones) for inmates condemned to serve more than 6 months; 31 penitentiaries (“regional prisons”) for inmates condemned to serve less than 6 months; and five penitentiaries (“special prisons”) for inmates who need special attention, such as women, youths, policeman, and the sick (hospital).
The first type of penitentiary has security wings to provide stricter isolation for problematic prisoners out of disciplinary regime. There are three types of general security regimes: medium, high and special. Monsanto Prison being the only special regime penitentiary – meaning a kind of North-American supermax regime.
Almost all prison buildings are old. A renewal programme began in 2001, and in 2004 an official assessment of the prison system was presented to the public with the declaration that, with the progress being made, it would be possible to have an up-to-date “European-style” prison system within 12 years (2016). This programme included the concentration of facilities and population in just a few much larger high-tech buildings. However, due to the financial crisis, except for Caxias and Carregueira, which are new buildings (Caxias built into an older complex), all the plans to build new prisons were halted and the decommissioning of old prison sites reversed. In its place is now a renovation programme of old buildings, meaning later 19th century, first half of the 20th century.
Starting in the 80’s, the Portuguese penitentiary system is characterized by the growing political weight of the guards’ union, the introduction of organized distribution of illegal drugs into the prisons resulting from the intensification of the “war on drugs,” and the fragility of the administrative system with its tendency to hide behind justifications. These issues, among others, make for a prison system which, forgotten and left to its own devices by an ignorant and pretentious political class, has become inward looking and aggressive in its defensiveness. A problematic dynamic that has led to the stigmatisation not just of the inmates but also of the people working in prison.
The problems continue with a chain of command broken at various levels, most significantly between the Ministry and the director-general, between the director-general and the guard corps and between prison directors and guards. Disconnected from the Ministry, the Directorate General is frequently left to both draw up prison policies and to be publicly accountable for what goes on in prison. The prison directors, out of touch with the DG, are left at the mercy of securitism (the prioritisation of security), which is the responsibility of the chiefs of the guards, whose power basis is long standing. The chiefs of the guards tend to get assigned to specific prisons on a long term basis, in contrast to the mobility of the directors
[1]. This increases the likelihood that a director may not even get to fully comprehend the power dynamics in the prison, even when these are arrayed against her/him. There are also those directors who are afraid of getting to know the wings and talk to the prisoners, something that the DG does not appear to think it makes them unsuitable for the position. There is the informality that develops between guards and prisoners that can grow into a sort of intimacy where the exchange of favours and privileges are used as management tools. And, perhaps most glaringly, inspection entities who fear that their actions might disturb the status quo, the informal outlines of which they do not know nor want to know. The inspectors’ argument being that they need to have the trust of the local agents under inspection because they are dependent upon the information that these may be willing to proffer, and that penitentiary powers must not be challenged, for those who would suffer the consequences, as retaliation, would be the prisoners.
The fact is that each prison has its own rules defined locally, and neither attempts at standardization via administrative nor legislative means can bear results in a system in which respect for legality is not assured by either regulatory entities, the courts or police forces.
O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – manifesta a sua profunda preocupação pela escalada de violência por parte das forças armadas e de civis israelitas contra a população da Palestina ocupada, alegadamente como resposta à morte de três jovens colonos israelitas ocorrida em circunstâncias por esclarecer, numa zona C da Margem Ocidental, sob controlo do exército de ocupação de Israel. Estas acções não são mais que o intensificar de um clima de violência omnipresente no quotidiano dos palestinos.
O MPPM condena vivamente o assassinato dos três jovens israelitas por agressores não identificados. Como condena todas as mortes de civis inocentes, quaisquer que sejam as nacionalidades das vítimas e dos agressores. Condena, por isso, o bárbaro assassinato de Mohammed Abu Khdair , no passado dia 2, por elementos das milícias de colonos judaicos de Jerusalém, que o raptaram, torturaram e queimaram. Como condena a agressão e tentativa de rapto, na véspera, de Musa Zaloum, de 8 anos, e o acto criminoso que deixou Sanabel Al-Tous, de 9 anos, às portas da morte. Como condena, ainda, a morte a sangue frio, pelo exército israelita, de Nadim Nwarah, de 17 anos, de Mohmmad Odeh, de 16 anos, Mohammad Dudeen, de 15 anos, e de Yousef Abu Zagha, de 16 anos. O MPPM denuncia, por isso, o silêncio, ou a cumplicidade dúplice dos que lamentam compungidamente a morte dos jovens colonos israelitas, e se mostram insensíveis e assistem em silêncio à brutalidade a que a população palestina é sujeita por parte do aparelho militar de Israel.
Todos estes actos de violência são fruto de campanhas de ódio aos palestinos, alimentadas pelas forças de ocupação e o governo de Israel e perante o silêncio cúmplice dos seus aliados, a começar pelos Estados Unidos da América. Os incitamentos à violência são constantes. Em Haifa, membros do Likud exigiram a morte de Hanin Zoabi, uma deputada árabe-israelita do Knesset. O antigo ministro da Defesa de Israel, Benjamin Ben-Eliezer, pediu ao governo o assassinato dos líderes do Hamas. Soldados israelitas publicam impunemente selfies com mensagens de “morte aos árabes”.
À luz do direito internacional, designadamente da Quarta Convenção de Genebra, Israel, enquanto potência ocupante da Palestina, tem a obrigação de garantir a segurança da população ocupada e está impedida de transferir pessoas do seu território para o território ocupado. Ao invés, Israel intensifica, a cada dia que passa, a sua política ilegal de construção de novos colonatos e de expansão dos existentes, incluindo nos seus habitantes grupos que abertamente advogam o racismo e a violência contra os palestinos. Os actos criminosos cometidos por colonos contra os habitantes da Palestina ocupada ficam, sistematicamente, impunes. Como têm ficado impunes a vandalização de lugares sagrados de cristãos e muçulmanos, como tem ficado impune a destruição de património de palestinos.
De par com estes actos de violência, Israel iniciou operações militares de grande envergadura contra a Faixa de Gaza e a Margem Ocidental.
Na que é considerada a maior operação militar contra a Margem Ocidental na última década, Israel invadiu campos de refugiados, aldeias e cidades. De acordo com a Autoridade Palestina, quase 600 palestinos foram presos na operação, incluindo 24 deputados do Conselho Legislativo. Pelo menos quinze palestinos, incluindo crianças, foram mortos.
Também na Faixa de Gaza a população civil tem sido alvo de ataques de mísseis e bombardeamentos de artilharia. Há notícia de civis mortos e feridos em Al-Qarara, Al-Shatei e Khuzaa’ . Estes ataques acarretam, também, a destruição de propriedades e infra-estruturas, afundando ainda mais a debilitada economia da região, vítima de um bloqueio ilegal e desumano, e agudizando as condições dramáticas em que vive a população palestina, encarcerada na sua própria terra.
É urgente e inadiável que a opinião pública portuguesa se insurja contra este estado de coisas e exija, nomeadamente do Governo de Portugal:
- O fim imediato da espiral de violência punitiva contra civis, das prisões e detenções em massa, dos ataques e das incursões militares israelitas;
- A libertação das centenas de presos dos últimos dias, bem como dos milhares de presos políticos palestinos;
- Uma investigação isenta e levada às últimas consequências dos crimes de guerra cometidos por Israel enquanto potência ocupante da Palestina;
- O fim da expansão ou construção de novos colonatos, e o desmantelamento de todos os existentes que são, à luz do direito internacional, ilegais e ilegítimos
- Boicote activo às relações com os colonatos judaicos ilegais e com as entidades que com eles compactuam
- Apoio humanitário ao povo palestino vítima dos ataques criminosos de civis e militares israelitas
- Fim do bloqueio ilegal à Faixa de Gaza e retirada das forças de ocupação da Margem Ocidental;
- O fim da ocupação sionista e a constituição de um Estado Palestino dentro das fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Leste como capital, e uma solução justa para o problema dos refugiados palestinos, de harmonia com o direito internacional, e desde logo as resoluções pertinentes das Nações Unidas.
Lisboa, 5 de Julho de 2014
A Direcção Nacional do MPPM
Dezoito dias após o desaparecimento de três jovens colonos perto de Hebron, os seus corpos foram encontrados na segunda-feira desta semana.
Ninguém até hoje reivindicou o presumível rapto e assassinato. Mas Israel já tem o seu culpado: "O Hamas vai pagar", disse Netanyahu quase imediatamente após a descoberta. O ministro israelita da Economia reclamou mesmo a execução de presos palestinianos que estejam acusados de crimes de sangue.
É que em Israel as investigações e os tribunais são supérfluos, quando as vítimas são israelitas, mesmo quando elas não são quaisquer israelitas: embora a imprensa goste de falar dos "jovens", "adolescentes", "estudantes" israelitas, a verdade é que a característica mais importante destas três vítimas é a de serem colonos, instalados nas terras roubadas pela força das armas aos seus habitantes. Só desde 2000 já foram mortas 1.500 crianças palestinianas pelas forças de ocupação.
O terror agora anunciado por Netanyahu não esperou, aliás, pela descoberta dos cadáveres; ele começou logo a seguir à notícia do desaparecimento dos três colonos e ao longo de quase três semanas de busca num território reduzido e completamente controlado pelas forças de ocupação. Só nos últimos dias tinham sido assassinados 12 palestinianos, metade crianças. Mais de 500 palestinianos tinham sido detidos. A partir da segunda-feira, o castigo colectivo agravou-se, com a intensificação dos bombardeamentos sobre Gaza; a destruição das casas de dois palestinianos "suspeitos"; a morte de um rapaz de 16 anos abatido a tiro em Jenin, as incursões de soldados e colonos em Hebron. A reacção do governo israelita desencadeou autênticos pogroms organizados pelos colonos e suas milícias armadas contra a população palestiniana. Ontem foi raptado, torturado e assassinado pelos colonos mais um adolescente palestiniano.
O governo israelita sempre encontrou os seus pretextos - tão facilmente aceites pela maioria dos governos no mundo - para dizer que a paz é impossível na Palestina. Qualquer acto de violência do lado palestiniano lhe serve para acusar o Hamas e justificar o terror sobre uma população inteira. O recente acordo de entendimento político entre a Autoridade Palestiniana e o Hamas é inaceitável para Israel, que procura por todos os meios a ruptura entre os dois partidos palestinianos. E é especialmente preocupante para Israel o facto de ganhar cada vez mais adesão internacional a campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) que ameaça a própria existência do seu regime de apartheid e limpeza étnica.
O comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, publicado hoje, anunciando a adesão do governo português às recomendações da União Europeia para dissuadir qualquer tipo de actividade nos colonatos ou de relações com entidades que neles actuem mostra bem a importância que está a tomar essa campanha.